Pesquisadores observaram que situações como agressão física aceleram desgaste do DNA que só deveria ocorrer com o envelhecimento natural
Exposição à violência na infância acelera envelhecimento celular (ThinkStock) |
Uma criança que foi exposta a algum tipo de violência pode apresentar um desgaste em seu DNA semelhante ao naturalmente observado entre pessoas mais velhas. Elas, portanto, têm uma idade biológica maior do que a dos outros jovens. Essa é a conclusão de um estudo feito por pesquisadores do Instituto para Ciência e Política de Genoma da Universidade de Duke, nos Estados Unidos e publicado nesta terça-feira no periódico Molecular Psychiatry.
Os pesquisadores analisaram amostras de DNA de 236 crianças quando elas tinham de cinco a dez anos de idade. Parte delas havia sido exposta a algum tipo de violência, como a doméstica (brigas entre mãe e seu parceiro, por exemplo) ou sofrido maus tratos físicos por um adulto. As mães das crianças foram entrevistadas quando seus filhos tinham cinco, sete e dez anos.
Os autores do estudo observaram os telômeros de cada criança. Essa estrutura (telômero) corresponde à extremidade do cromossomo e contém material genético. Sempre que um cromossomo é replicado para a divisão celular, os telômeros encurtam. Esse encurtamento tem sido visto por diversos cientistas como um marcador biológico do envelhecimento, o relógio que marca a duração da vida de uma pessoa e sua condição de saúde.
Os pesquisadores observaram que as crianças que haviam sido expostas a algum tipo de violência tiveram, dos cinco aos dez anos de idade, um encurtamento do telômero mais rápido do que aquelas que não haviam passado por uma experiência como essa. O estudo ainda indicou que os jovens que sofreram mais do que um tipo de violência foram aqueles cujo telômero diminuiu mais rapidamente.
No entanto, a equipe não conseguiu determinar se esse quadro é irreversível. Os pesquisadores pretendem realizar novos estudos que acompanhem as crianças durante mais tempo para entenderem as consequências da violência na saúde a longo prazo.
Fonte: Veja
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