Terapia cognitiva comportamental pode reduzir danos psicológicos em crianças vítimas de estupro e abuso sexual


Recente estudo demonstra que o uso da intervenção psicológica reduz drasticamente o stress psicológico causado em crianças vítimas de guerras e violência sexual.

Os pesquisadores se utilizaram de um novo tipo de intervenção baseada na terapia cognitivo-comportamental para tratar crianças que viveram em situações de guerra e estupro ou abuso sexual na República Democrática do Congo, na África central.

Os estudos apontaram que a intervenção reduziu o trauma vivenciado pelas crianças nas situações supracitadas em mais de 50%; Foram realizadas quinze sessões de Trauma-Focused Cognitive Behavior Therapy (TF-CBT), sendo que os pesquisadores descobriram reduções de 72% em sintomas traumáticos em garotas vítimas de abuso sexual, 81% de redução em sentimentos depressivos e de ansiedade, 72% em distúrbios de conduta e queda de 64% em comportamentos anti-sociais.

Os autores do estudo acreditam que o conhecimento ganho na intervenção multifatorial pode também ser usado em intervenções cognitivas no continente americano, sendo que as vítimas de abuso sexual não recebem ajuda médica ou psicológica; Na presente pesquisa, as crianças receberam sessões de psicoeducação traumática, técnicas de relaxamento, técnicas de imaginação mental e apontamentos de como identificar e alterar cognições particulares imprecisas ou inúteis.

As meninas participantes do estudo também desenharam seus eventos mais traumáticos e foram encorajadas a falar sobre tais eventos em sessões individuais com psicólogos da universidade e com conselheiros congoleses.

Segundo Paul O’Callaghan, do Departamento de Psicologia da Universidade Queen, a drástica redução em sintomas traumáticos, depressivos e de ansiedade, problemas de conduta e comportamentos antissociais demonstram quem esse tipo de terapia é extremamente efetiva no tratamento com crianças afetadas pela guerra e que foram expostas ao abuso sexual e ao estupro e, em adição aos resultados estatísticos da terapia, muitas das garotas atestaram que a intervenção reduziu os pesadelos, lembranças perturbadoras relacionadas as situações vivenciadas e pensamentos suicidas.

O estudo também tratou de 50 garotos entre 12 e 17 anos que viveram situações de guerra, demonstrando também redução nos níveis de trauma, depressão e ansiedade, distúrbios de conduta e comportamentos antissociais em meninos que viviam nas ruas e que serviram como soldados.

Informações: Queen’s University Belfast
Fonte: RedePsi

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