Como ensinar nossas crianças que ninguém pode tocar no corpo delas


Texto de Fabiana Santos, do blog Tudo sobre a minha mãe
O assunto é incômodo mas faz parte daquele grupo de questões que a gente não pode fugir de encarar. Estou falando objetivamente da gente saber como ensinar nossas crianças, mesmo pequenas, a não se tornarem vītimas de abuso físico ou sexual. Por favor, este post é um serviço. Não passe batido.
Pensando nos meus filhos e nos seus, eu pesquisei a respeito do que os americanos – que dão muita importância para o assunto – trazem para ser tratado de forma inteligente. Já foi o tempo que eu achava isso exagerado, hoje concordo demais que é muito, muito melhor prevenir. Então vamos às dicas que eu consegui reunir:
1- Meu corpo é meu: a criança deve entender que o corpo dela lhe pertence, que ninguém tem direito, nem por brincadeira, de ficar tocando nela de forma que a deixe constrangida. Eu sei que a cultura brasileira aceita beijos e abraços sem ter fim. Eu sou assim e meus filhos também. Mas é preciso sinceramente evitar abraços e beijos para desconhecidos ou pouco conhecidos. Uma criança jamais deve ser obrigada a ter contato físico com quem ela não quer.
2 – A lista das pessoas confiáveis: a criança precisa ter a certeza de quem ela pode contar. Quem são estas pessoas: o papai, a mamãe, a vovó, a professora? Que sejam. Mas vai ser muito importante para ela que os pais identifiquem estas pessoas deixando bem claro que a criança tem a quem recorrer, quem ela realmente deve confiar.
3 – Partes íntimas: ninguém toca nas minhas partes íntimas é uma mensagem muito importante que as crianças precisam receber. Ninguém pode pedir que eu toque as partes íntimas dela também. Outra informação importante para as crianças é de que ninguém deve mostrar fotos de partes íntimas para ela. A criança precisa saber que pode contar para sua lista de pessoas confiáveis se algo do tipo acontecer.
4 – Ninguém pode ter segredo desconfortável: a criança tem que ter o ensinamento de que não pode ter segredo com ninguém que peça para algo não ser contado e que a faça se sentir mal ou incomodada com isso. Se isso vier a acontecer, ela também precisa ser ensinada a falar para alguém do seu grupo de pessoas confiáveis sobre essa história de segredo.
5 – Nenhum adulto desconhecido pede ajuda à criança: essa eu achei uma regra de ouro. Os pais devem esclarecer aos filhos que não existe essa história de um adulto desconhecido pedir ajuda para criança (seja na porta da escola, na pracinha, no playground…). Que fique bem claro na cabecinha delas: adultos não precisam de ajuda de criança, isso não existe. Adulto pede ajuda a outro adulto. Com isso em mente, as crianças não titubeiam em dizer não, mesmo que os pais tenham ensinado a elas que elas precisam ser gentis. Assim se alguém abordá-los dessa forma, elas jamais devem seguir ou acreditar nessa pessoa.
Fabiana Santos é jornalista, mãe de Alice, de 5 anos, e de Felipe, de 12 anos. Eles moram em Washington-DC. No ano passado, para ser voluntária na escola da filha, ela precisou fazer um curso para reconhecer e relatar abusos ou negligências cometidos a alguma criança. Este curso, em grande parte dos distritos escolares americanos, é obrigatório e gratuito.
Fonte: Revista Pazes

Alunos tímidos precisam de abordagem que respeite a introspecção

O espaço escolar está se tornando cada vez mais desafiador para os introvertidos. É preciso cuidado para que as práticas não levem ao sofrimento em vez de servir de estímulo

Foto: Bigstock

Nada de preconceito com os tímidos. Quando se fala em escola do futuro, chama atenção as propostas de mudanças pedagógicas que impactam diretamente o comportamento dos estudantes, cada vez mais inseridos em situações interativas. Para frente, prometem-se ainda mais métodos de aprendizagem compartilhada, espaços de convivência fora de quatro paredes e salas de aula invertida (Flipped Classroom), quando o aluno é o protagonista em uma discussão, tendo estudado antes a matéria e vai para a aula apenas para aprofundar o aprendizado com professor e colegas. São práticas e didáticas que são eficientes em alguns casos, mas podem prejudicar estudantes com tendência introspectiva.

A cultura da colaboração e autoexposição forçada acaba subvalorizando os introvertidos, segundo a escritora e conferencista norte-americana Susan Cain, autora do livro “O poder dos quietos”. A palestrante, que tem uma apresentação de sucesso em um TED Talk (Quiet: The Power of Introverts in a World That Can’t Stop Talking ), alerta para a falta de respeito aos diferentes perfis de estudantes dentro da escola – algo que pode prejudicar os introvertidos – quase um terço da população.
Tímidos são bons ouvintes, geralmente bem comportados e trabalham bem nas tarefas escolares. Há tímidos que não gostam de ficar no meio de pessoas, mas existem tímidos que gostam de ficar com pessoas (sociáveis). Esse segundo tipo pode sofrer um pouco mais - porque parece que o mundo de hoje exige que todos sejam supersociáveis.
LIDIA WEBER
 professora sênior do Doutorado em Educação da UFPR
Da mesma forma como seria uma violência obrigar um canhoto a ser destro, e vice-versa, não respeitar a introspecção de alunos com essa tendência pode empobrecer a convivência. Nesse cenário, a escola tem o desafio de permitir que os alunos mais inibidos possam se expressar de forma diferente, mesmo que não seja pela palavra.

“A criança mais silenciosa tem papel dentro do grupo também, importante para o equilíbrio”, explica a psicóloga e filósofa Alba Regina Bonotto.“As mais introspectivas falam pouco, mas servem para dar força para os que falam mais. Professores ou alunos que não sabem lidar com o silêncio são mais barulhentos e acabam projetando naquela pessoa fantasmas e medos. A pessoa introspectiva serve para revelar o outro.”
Mais do que uma característica que pode ser vista como defeito ou qualidade, a introspecção e os momentos de silêncio são fundamentais para o aprendizado. A professora do Departamento de Psicologia Educacional da Unicamp, Ana Archangelo, lembra que a instituição escolar é, por definição, um espaço que requer grande investimento cognitivo e afetivo por parte de todos e que aprender (e ensinar) envolve processos internos complexos, como o contato com a frustração por não se saber tudo. “Todos nós precisamos de experiências compartilhadas, de troca e de cooperação, que envolvam claramente a figura do outro. Mas há muito movimento na introversão, investimento psíquico, que nos permite maior contato com os processos de transformação que nos movem”, diz.

A ciência de olho nos introvertidos

Mais do que resultado da educação e dos estímulos recebidos, a introversão ou timidez tem sido apontada pela ciência como fruto de características genéticas e neurológicas. Há mais de 30 anos, o psicólogo Jerome Kagan, da Universidade Harvard, acompanhou 500 bebês avaliando seu crescimento e a intensidade do choro, a taxa cardíaca, pressão e temperatura. Observando a diferença de perfil, entre bebês reservados e extrovertidos, verificou diferenças biológicas, ocasionadas pelas funções da amígdala (região do cérebro). A amígdala também foi destaque em pesquisa da Universidade de Vanderbilt, que demonstrou que essa área primitiva influencia um comportamento mais inibido nas pessoas, e emoções como o medo e a ansiedade.

Estudo de outra universidade norte-americana, de Iowa, demonstrou que o cérebro relaxa de forma diferente entre os dois perfis de pessoas. No Brasil, um estudo da PUCRS fez um levantamento em sala de aula, ouvindo mais de 50 mil estudantes de 11 a 32 anos. A pesquisa apontou que até 25% dos estudantes têm sinais de timidez e depressão, preferindo não trabalhar em grupo e participar pouco da aula. Outro estudo gaúcho em parceria com a USP levantou que 20% dos estudantes têm algum grau de fobia social. “Mas, biologia não é destino!”, afirma a psicóloga e pesquisadora Lidia Weber, professora sênior do Doutorado em Educação da UFPR. Ela explica que a forma como a pessoa vai lidar com a timidez ou introversão depende de como a família e a escola trabalham com isso. “As causas da timidez podem ser de origem temperamental (biológica), mas mais importantes são os comportamentos aprendidos e experiências traumáticas ou não. Se os pais percebem que o filho apresenta certa introversão podem, sim, incentivar, aos poucos, a aproximação com outros, pois as relações sociais são fundamentais para o ser humano.”

Criatividade, autonomia e mais 8 razões para deixar crianças sem fazer nada.



Imagem: iStock
Muitas crianças têm agendas tão cheias quanto as de CEOs (ok, só um pouco mais divertidas). Aula de natação, basquete, judô, inglês, dança... Dentro de casa, a coisa não é muito diferente e a criança é estimulada com atividades, tablet ou celular.
No entanto, a dinâmica que muitos adultos trazem do ambiente de trabalho -- que prevê produção contínua, resultados e competitividade -- não se aplica ao universo infantil. Segundo os especialistas, manter a criança ocupada o tempo todo não vai ajudá-la a crescer mais preparada. Ao contrário. Se ela não tiver um tempinho à toa, seja para brincar do que quiser, seja para apenas observar o formato das nuvens, pode estar perdendo a oportunidade de fazer diversas descobertas. Não é fácil ver seu filho de bobeira? Veja 10 motivos pelos quais deixá-lo sem fazer nada às vezes pode ser muito bom:

1. Estimula a criatividade

Se dermos um tempo livre para a criança, sem propor atividade alguma, veremos como ela é capaz de inventar suas próprias brincadeiras, brinquedos e histórias. Quando está muito ocupada ou tem alguém dirigindo suas ações, ela nem sempre consegue deixar a imaginação fluir.

2. Dá origem a boas memórias

Quando nos tornamos adultos, até nos lembramos de algumas atividades da rotina ou do que as pessoas ao nosso redor faziam. Mas a memória afetiva é recheada com os momentos de descontração e risadas, essas coisas que a gente só consegue curtir quando não tem a obrigação de cumprir tarefas o tempo todo.

3. Desenvolve a percepção corporal

Criança precisa de espaço e brincadeira livre para entender como funciona o próprio corpo, para subir no sofá, dançar, rolar pela grama… É muito bom deixar que o pequeno decida sobre seus movimentos. Claro que é preciso observar de perto, para intervir em caso de perigo.

4. Melhora a capacidade de resolver problemas

É superdifícil segurar a vontade de solucionar tudo pelo filho. Mas, sempre que possível, deixe-o encarar os desafios do caminho sozinho, da forma que ele achar melhor, sem interferir.

5. Aumenta a concentração

Quando a criança é hiperestimulada, além de ficar irritada, tem dificuldade para se concentrar em atividades como a leitura.

6. Permite processar e fixar o que é importante

Somos bombardeados de informações o tempo todo. Se a criança não tiver esse período de ócio, será difícil processar e absorver tudo o que aprendeu num único dia.

7. Favorece a autonomia

Como consequência, você estará criando alguém com mais autoconfiança. E isso é tão importante para o futuro quanto um curso intensivo de inglês.

8. Possibilita tomar decisões e pensar por si só

O que não significa que ele ficará independente e que deixará de ter vínculos com você… pode ficar tranquila!

9. Motiva a encarar os próprios medos

Quando a criança entende que é capaz de superar os desafios, que existe coragem dentro dela, se sente motivada a seguir em frente. Na vida adulta, ela provavelmente já estará familiarizada com essa sensação.

10. Faz com que os pais compreendam melhor o filho

Ao relaxar um pouco e observar o que seu filho faz no tempo livre, você tem a oportunidade de conhecê-lo melhor, de perceber as capacidades e limites dele. Será um novo momento para você também.

Fontes: Katia Chedid, educadora, pedagoga, psicopedagoga, gestora escolar, com extensão em Neuropsicologia. Roberto Cooper, médico pediatra pela UFRJ, mestre em saúde da família pela Universidade Estácio de Sá. Gabriel Limaverde, assessor pedagógico da área de Educação e Cultura da Infância do Instituto Alana.
Fonte: Uol

10 situações que parecem birra mas não são

Aqui estão 10 coisas que as crianças fazem que parecem birra mas não são. Quando reconhecemos os comportamentos indesejáveis ​​das crianças como reações às condições ambientais, às fases de desenvolvimento ou às nossas próprias ações, somos capazes de responder proativamente e com muito mais compaixão.
Source: katarinag/Shutterstock


1. Não controlar impulsos


Você diz ao seu filho, “Não jogue isso!” E ele joga de qualquer maneira? Pesquisas sugerem que as regiões cerebrais envolvidas no autocontrole não amadurecem completamente até o final da adolescência, o que explica por que o autocontrole em desenvolvimento é um “processo longo e lento” (Tarullo, Obradovic e Gunna, 2009, 31).
Uma pesquisa recente revelou que muitos pais supõe que as crianças podem fazer coisas mais cedo do que os peritos em desenvolvimento da infantil afirmam ser verdadeiros. Por exemplo, 56% dos pais acreditam que as crianças com menos de 3 anos devem ser capazes de resistir ao desejo de fazer algo proibido, enquanto a maioria das crianças não domina essa habilidade até os três anos e meio ou quatro anos (Zero to Three, 2016).
Quando nos lembramos que as crianças nem sempre conseguem gerir impulsos (porque os seus cérebros não estão totalmente desenvolvidos) podemos ter reações mais suaves ao seu comportamento.

2. Superestimulação


Escolinha, natação, balé, judô e o que mais tivermos dinheiro e tempo pra colocar nossos filhos. Será que isso tudo é mesmo necessário? Horários apertados, superestimulação e exaustão são marcas da vida familiar moderna. Kim John Payne, autor de Simplicity Parenting, argumenta que as crianças experimentam uma “reação de estresse acumulado”devido ao excesso de enriquecimento, atividade, escolha e brinquedos. Ele afirma que as crianças precisam de toneladas de “tempo de inatividade” para equilibrar o seu “tempo” (Payne, 2010). Quando nós construímos para que haja tempo inativo, hora de brincar e tempo de descanso, o comportamento das crianças melhora frequentemente visivelmente.

3. Reações a determinados fatores


Você já ficou irritado porque está com fome ou completamente sem paciência devido à privação de sono? As crianças são afetadas dez vezes mais quando estão cansadas, com fomesede, pelo excesso de açúcar ou doentes. A capacidade das crianças de controlar emoções e comportamento é muito diminuída quando estão cansadas. Muitos pais também notam uma mudança acentuada no comportamento das crianças cerca de uma hora antes das refeições, se elas acordaram durante a noite ou se estão com sono. Elas muitas vezes não conseguem se comunicar ou resolver sozinhas o problema pegando uma bolacha, um remédio pra dor ou até mesmo tomando água, como fazem os adultos.

4. Expressão de fortes sentimentos


Como adultos, fomos ensinados a domar e ocultar nossas fortes emoções. Mas crianças não podem fazer isso ainda. A educadora da primeira infância Janet Lansbury tem uma ótima frase para quando as crianças exibem sentimentos fortes, como gritar ou chorar. Ela sugere que os pais “deixem os sentimentos” não reagindo ou punindo as crianças quando expressam essas emoções.

5. Necessidade de toneladas de movimento


“Pare de perseguir seu irmão em volta da mesa!” “Pare de lutar com espadas com esses pedaços de papelão!” “Pare de pular do sofá!” As crianças têm uma necessidade de toneladas de movimento. Elas têm uma tremenda necessidade de passar o tempo fora de casa, andar de bicicleta e patinete, correr e cair, rastejar sob as coisas, balançar de coisas, saltar coisas e correr em torno de coisas. Em vez de pedir que parem quando eles estão cheias de energia, pode ser melhor organizar uma ida rápida ao parquinho ou passar um tempo na rua.

6. Necessidade de tornar-se independente


O modelo de Erik Erikson (1963) afirma que as crianças tentam fazer as coisas por si mesmas, e que os pré-escolares tomam a iniciativa e executam seus próprios planos. Mesmo que seja irritante quando uma criança escolhe tomates que ainda estão verdes, corta seu próprio cabelo, ou faz uma cabaninha com 8 lençóis limpinhos, eles estão fazendo exatamente o que eles deveriam fazer: tentando realizar seus próprios planos, por conta própria, tomando suas próprias decisões e tornando-se independente.

7. O outro lado de suas forças


Todos nós temos forças essenciais que também podem nos desviar. Talvez estejamos incrivelmente concentrados, mas não podemos fazer a transição com muita facilidade. Talvez sejamos intuitivos e sensíveis, mas assumimos o humor negativo de outras pessoas como uma esponja. As crianças são semelhantes: elas podem ser conduzidas na escola, mas têm dificuldade em lidar quando se confundem (por exemplo, gritando quando cometem um erro). Elas podem ser cautelosos e seguros, mas resistentes a novas atividades (por exemplo, recusando-se a ir à prática de um novo esporte). Elas podem viver no momento, mas não são organizadas (por exemplo, deixando o chão do quarto ficar coberto com brinquedos). Reconhecer quando os comportamentos indesejáveis de uma criança são realmente o outro lado de suas forças – assim como o nosso – pode nos ajudar a reagir com mais compreensão.

8. Necessidade feroz brincar


Seu filho pinta o rosto com iogurte, quer que você corra atrás dele quando está tentando escovar osdentes, ou coloca os seus sapatos, em vez dos dele, quando estão atrasados para a escolinha? Alguns dos comportamentos aparentemente “maus” dos filhos são o que John Gottman chama de “táticas” para você brincar com eles. As crianças adoram ser pestinhas. Elas se deliciam com a conexão que vem do riso compartilhado e amam os elementos de novidade, surpresa e emoção. A brincadeira muitas vezes leva tempo extra e, portanto, atrapalha agendas e compromissos, o que pode parecer resistência e desobediência mesmo quando não é. Mas quando os pais entendem e atendem essa necessidade das crianças fica mais fácil evitar brincadeiras fora de hora.

9. Reação ao humor dos pais


Vários estudos sobre o contágio emocional descobriram que leva apenas milissegundos para que emoções como entusiasmo e alegria, bem como tristeza, medo e raiva, passem de pessoa para pessoa, e isso geralmente ocorre sem que ninguém perceba (Goleman, 1991), Hatfield et al., 2014). Com as crianças não é diferente, elas são diretamente influenciadas pelo humor dos seus pais. Se eles são estressados, distraídos, para baixo, frustrados, os pequenos absorvem estes humores. E o mesmo acontece quando  são alegres, de bem com a vida.

10. Resposta a limites inconsistentes

 

Hoje você dá um chocolate pro seu filho antes do jantar. No dia seguinte você diz: “não, vai arruinar seu jantar” e ele grita e lamenta. Uma noite você lê cinco livros, mas na próxima você insiste que só tem tempo para ler um, e eles imploram por mais. Quando os pais são incoerentes com os limites, isso naturalmente desencadeia a frustração das crianças e convida a choramingar e gritar. Assim como os adultos, as crianças querem (e precisam)saber o que esperar. Esforce-se para que em sua casa haja limites e rotinas, isso vai melhorar o comportamento das crianças.
Fonte: Psychology Today   |   Tradução e adaptação: Redação Papo de Pai

“Se Sujar” Educa: o que as crianças aprendem se sujando?


Confira, aqui, algumas das aprendizagens que as crianças realizam em situações em que lidam com terra, areia… E literalmente “se sujam”.
Alguns adultos ficam muito ansiosos quando percebem que as crianças estão em contato com a sujeira. Isso pode derivar de uma preocupação com a saúde dos pequenos. Entretanto, conforme apontamos aqui, médicos, pediatras e outros especialistas indicam que ambientes com algum grau sujeira são importantes para que a criança crie anticorpos e fortaleça seu sistema imunológico.
Mas para além dessa vantagem para o organismo, o que mais será que as crianças desenvolvem quando se sujam?
Um dos primeiros contatos que temos com o mundo é por meio do tato. Levar objetos à boca, manuseá-los e movimentar-se no espaço são formas de exploração que permitem que a criança comece a assimilar aquilo que está à sua volta. Essas sensações corporais são registros fundamentais que darão base para que o pensamento se torne cada vez mais sofisticado e também para a construção da identidade.
A intensa aproximação com o ambiente muitas vezes resulta em sujeira! Afinal, como morder uma fruta suculenta sem se lambuzar? Como brincar na areia do parque sem encardir as roupas e as mãos? Como pintar e desenhar sem manchar a camiseta?
Se sujar é também uma consequência de explorar diferentes materiais  e descobrir como se comportam. Os líquidos se espalham rapidamente, escorrem, espirram. Os sólidos não, mas podem liberar algum tipo de resíduo ao serem tocados ou esfregados. Certas misturas são mais pegajosas e grudentas do que outras. Alguns alimentos e bebidas mancham, outros não. Certos pigmentos podem deixar marcas permanentes, outros saem facilmente. E assim por diante!
Todas essas percepções cotidianas ajudam a criança a compreender como o mundo funciona, como as substâncias interagem e de que maneira podem reagir a elas no espaço. Assim, aos poucos ela aprende, por exemplo, que precisa manusear com cuidado um recipiente com tinta para não derrubá-lo e que a água que cai no chão evapora e seca depois de um tempo.
Essas experiências vão refinando sua motricidade e ensinando que tipo de força e movimento precisam ser aplicados em que situações. Além disso, elas possibilitam que a criança entre em contato com as ideias de “destruição” e “criação”, “permanente” e “efêmero”. A construção desses conceitos ajuda a elaborar não só as situações concretas percebidas em relação aos materiais e aos objetos, mas também às vivências afetivas.
Vale ressaltar também que a sujeira e a higiene estão relacionadas à liberdade e ao cuidado com o próprio corpo e que encontrar, com auxílio dos mais velhos, um modo de equilibrar esses aspectos faz parte da aprendizagem e da elaboração da autoimagem da criança.
O papel dos adultos é o de potencializar as oportunidades para que a criança explore o mundo e se desenvolva, tomando os cuidados necessários para que ela não se coloque em risco. Assim, permitir que os pequenos se sujem é algo que faz parte do cotidiano.
Considerando a importância que essas interações têm na infância, a equipe do Toda Criança Pode Aprender desenvolveu um aplicativo chamado Apprendendo, que dá aos adultos algumas dicas e sugestões de como aproveitar os momentos da rotina para favorecer as aprendizagens infantis. Baixe gratuitamente em seu dispositivo móvel de sistema Android ou iOS!!

Reflexão


“O tempo, pouco a pouco, me liberará da extenuante fadiga de ter filhos pequenos, das noites sem dormir e dos dias sem repouso. Das mãos gordinhas que não param de me agarrar, que me escalam pelas costas, que me pegam, que me buscam sem cuidados, nem vacilos. Do peso que enche meus braços e curva minhas costas. Das vezes que me chamam e não permitem atrasos nem esperas.
O tempo me devolverá a folga aos domingos e as chamadas sem interrupções, o privilégio e o medo da solidão. Acelerará, talvez, o peso da responsabilidade que às vezes me aperta o diafragma. O tempo, certamente e inexoravelmente esfriará outra vez a minha cama, que agora está aquecida de corpos pequenos e respirações rápidas. Esvaziará os olhos de meus filhos, que agora transbordam de um amor poderoso e incontrolável. Tirará de seus lábios meu nome gritado e cantado, chorado e pronunciado cem mil vezes ao dia.
Cancelará, pouco a pouco, ou de repente, a confiança absoluta que nos faz um corpo único, com o mesmo cheiro, acostumados a mesclar nossos estados de ânimo, o espaço, o ar que respiramos.
Como um rio que escava seu leito, o tempo perigará a confiança que seus olhos têm em mim, como ser onipotente, capaz de parar o vento e acalmar o mar, consertar o inconsertável e curar o incurável. Deixarão de me pedir ajuda, porque já não acreditarão mais que em algum caso eu possa salvá-los. Pararão de me imitar, porque não desejarão parecer-se muito a mim. Deixarão de preferir minha companhia em comparação com os demais (e vejo, isto tem que acontecer!).
Se esfumaçarão as paixões, as birras e os ciúmes, o amor e o medo. Se apagarão os ecos das risadas e das canções, as sonecas e os “era uma vez”… Com o passar do tempo, meus filhos descobrirão que tenho muitos defeitos e se eu tiver sorte, me perdoarão por alguns deles.
Eles esquecerão, mas ainda assim eu não esquecerei. As cosquinhas e os “corre-corre”, os beijos nos olhos e os choros que de repente param com um abraço, as viagens e as brincadeiras, as caminhadas e a febre alta, as festas, as papinhas, as carícias enquanto adormecíamos lentamente.
Meus filhos esquecerão que os amamentei, que os balancei durante horas, que os levei nos braços e às vezes pelas mãos. Que dei de comer e consolei, que os levantei depois de cem caídas. Esquecerão que dormiram sobre meu peito de dia e de noite, que houve um dia que me necessitaram tanto, como o ar que respiram.
Esquecerão, porque é assim mesmo, porque isto é o que o tempo escolhe. E eu, eu terei que aprender a lembrar de tudo para eles, com ternura e sem arrependimentos, incondicionalmente. E que o tempo, astuto e indiferente, seja amável com estes pais que não querem esquecer.”
Silvana Santo

O que você sabe sobre o uso da tecnologia por crianças?


Em uma era em que os pais têm cada vez menos tempo para os seus filhos, nativos digitais, e as novas tecnologias invadem nossas casas, escritórios e escolas, os computadores, os tablets e smartphones têm sido usados para entreter, ensinar e acalmar. Não é um exagero se preocupar com o uso irresponsável ou sem planejamento dessas ferramentas, que fazem as vezes de “babás”. Se, de um lado, algumas empresas vendem suas soluções como milagres da ciência, que podem alfabetizar, ensinar matemática, ou línguas estrangeiras, a partir dos 4, 2 anos ou até dentro do útero; do outro lado há pais e educadores que defendem a proibição total das telas até o começo da puberdade. Mas o que a ciência realmente diz a esse respeito? Chegou a hora de avaliar o seu conhecimento sobre o assunto.

A boa utilização de novas tecnologias por crianças é possível?

As mídias interativas devem ser utilizadas de forma intencional e apropriada, como apoio à aprendizagem e ao desenvolvimento. Precisamos reconhecer que cada criança é única, e esse uso deve ser apropriado à idade, ao nível de desenvolvimento, e aos contextos sociais e culturais. As soluções devem criar uma experiência ativa e interativa, dando controle às crianças, aumentando a sua motivação e o seu engajamento com o conteúdo. Jogos digitais e plataformas adaptativas precisam auxiliar as crianças e jovens na construção de novas competências e habilidades dentro do seu próprio ritmo, sendo uma opção em um leque de estratégias de ensino. O foco principal deve ser na qualidade da prática e na didática, ao invés de na tecnologia.

O que você (professor, gestor ou responsável) deve levar em consideração?

Essa utilização intencional e planejada requer que educadores, gestores e famílias tenham informações suficientes sobre a natureza das soluções tecnológicas e suas consequências. Precisamos avaliar se o uso das novas tecnologias é uma estratégia mais efetiva do que materiais e métodos mais tradicionais para o ensino das crianças ou para um currículo específico. Não podemos negar que essas ferramentas têm potencial para melhorar o ensino, quebrar barreiras de tempo e espaço, para criação e comunicação (inclusive entre educadores e familiares sobre a produção, o progresso e as necessidades das crianças e dos jovens). Entretanto, a decisão de investir ou não recursos finitos em novas mídias deve considerar o custo-benefício (inicial e de manutenção) e todos os detalhes relacionados à infraestrutura (eletricidade, internet e materiais adicionais), os conhecimentos e a vontade dos adultos que vão mediar a nova experiência.

O tempo de uso deve ser limitado? Qual deve ser o limite?

A limitação do tempo de uso é fundamental. Um estudo da Universidade da Califórnia concluiu que as crianças americanas estão passando cada vez mais tempo em frente às telas e isso está diminuindo a sua capacidade de reconhecer as emoções das outras pessoas, algo essencial para o desenvolvimento de empatia, por exemplo. Enquanto boa parte das crianças e jovens passam pelo menos 4 horas por dia em frente a TVs, computadores, tablets e smartphones, as últimas recomendações científicas orientam que familiares e professores precisam limitar o tempo em frente às telas a 2 horas diárias para crianças e jovens entre 3 e 18 anos. Os cientistas também recomendam proibir o uso passivo de TVs, vídeos e outras tecnologias não-interativas e qualquer mídia com crianças menores de 2 anos, e desencorajam o uso passivo e não-interativo com crianças entre 2 e 5 anos de idade. Qualquer utilização de tecnologias com bebês de até 2 anos deve ser limitada a ferramentas que estimulam e reforçam as interações e os relacionamentos entre as crianças e os adultos. Por outro lado, quando utilizadas corretamente, dentro dos limites recomendados, mídias interativas podem melhorar (mas nunca substituir) brincadeiras criativas, explorações, atividades físicas (incluindo esportes e na natureza), e interações sociais.

Que problemas o uso excessivo pode causar?

Além de problemas em reconhecer emoções, pesquisas sérias já demonstraram que passar desses limites pode causar outros problemas graves para as crianças, como obesidade infantil, noites irregulares de sono e dificuldades em se comportar socialmente. A nossa espécie evoluiu em um ambiente onde só havia interações presenciais e nossas competências socioemocionais dependem dessas interações – esse é um fato também para pessoas adultas! As famílias e as escolas devem criar momentos de discussão sobre o que seria uma “dieta midiática saudável” para que crianças e os adultos consigam fazer boas escolhas de que mídias utilizar e durante quanto tempo. Não é demais lembrar que as novas tecnologias nunca deveriam ser usadas quando apresentam riscos emocionais ou físicos, e quando apresentam conteúdos desrespeitosos, perigosos ou intimidantes, incluindo a exposição a violências de todo o tipo, ou conteúdo sexual inapropriado para a idade.

O que isso tudo tem a ver com cidadania digital e inclusão?

É importante refletir sobre a cidadania digital e a inclusão, nesse contexto. Durante o uso das novas ferramentas tecnológicas, os adultos devem dar todo o apoio necessário para que todas as crianças e jovens possam refletir, fazer perguntas apropriadas e pensar criticamente sobre a experiência. Como a melhor forma de ensinar é pelo exemplo, os adultos precisam demonstrar o que é um comportamento exemplar de cidadania digital, com o uso apropriado e ativo dos vários tipos de mídias para que a aprendizagem aconteça de maneira positiva, responsável, saudável, segura e inclusiva. Em outras palavras, é necessário, também, se preocupar com a equidade no acesso a boas experiências interativas. Pesquisas demonstram que é menor o acesso de crianças de famílias com menor poder aquisitivo e de crianças com algum tipo de deficiência a soluções tecnológicas, o que significa que essas soluções podem estar contribuindo para o aumento do déficit de aprendizagem nesses grupos.

Já temos todas as respostas?

De forma alguma. É impossível imaginar como as tecnologias evoluirão em alguns anos ou quais serão utilizadas (e de que forma) quando as crianças de hoje se tornarem adultas. Sabemos, contudo, que familiares e educadores precisam estar atualizados e ensinar como selecionar, usar, integrar e avaliar as novas tecnologias. Leituras constantes e formação continuada são essenciais. Governos, empresas e organizações do terceiro setor precisam investir constantemente em novas pesquisas que contribuam para um conhecimento mais aprofundado dessas questões e para a compreensão dos efeitos a longo prazo. Políticas e práticas devem ser fundamentadas nos achados científicos para que o uso das novas tecnologias seja cada vez mais intencional e bem estruturado para todas as crianças, apoiando experiências ativas, “mão na massa”, criativas e engajadoras.

Fonte: Porvir

Aumento de transtornos mentais entre jovens preocupa universidades

Casos frequentes de alunos com ansiedade e depressão têm levado instituições públicas 

a criar núcleos de prevenção e atendimento psicológico; estudantes também 

organizam grupos de apoio nas redes sociais para compartilhar relatos e oferecer ajuda


Alunas de Medicina, Karen e Anna participam de grupo que
fez ciclo de palestras para tratar de saúde mental Foto: Alex Silva/Estadão

A euforia sentida por Evair Canella, de 25 anos, ao entrar em Medicina na Universidade de São Paulo (USP) se transformou em angústia e tristeza. Ao encarar a pressão por boas notas, a extenuante carga horária de aulas, as dificuldades financeiras para se manter no curso e os comentários preconceituosos por ser gay, ele foi definhando. “Tinha muitas responsabilidades, com muitas horas de estudo.” Em maio, no 4.º ano do curso, foi internado no Instituto de Psiquiatria da USP, com depressão grave. Ficou lá durante um mês e segue com antidepressivos e acompanhamento psicológico. 
Situação parecida viveu a estudante de Engenharia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Bárbara (nome fictício), de 21 anos, que trancou a matrícula após desenvolver um quadro de ansiedade e depressão que a levou à automutilação e a uma tentativa de suicídio no fim de 2016. Ela passou por tratamento, mudou de cidade e de faculdade, e retomou em agosto os estudos.
Relatos como esses se tornaram cada vez mais frequentes e mobilizam universidades e movimentos estudantis a estruturar grupos de prevenção e combate aos transtornos mentais. As ações, para oferecer ajuda ou prevenir problemas como depressão e suicídio, incluem a criação de núcleos de atendimento mental, palestras e até o acompanhamento de páginas dos alunos nas redes sociais.
Dados obtidos pelo Estado por meio da Lei de Acesso à Informação dão uma ideia da gravidade do problema. Apenas na UFSCar, foram 22 tentativas de suicídio nos últimos cinco anos. Nas universidades federais de São Paulo (Unifesp) e do ABC (UFABC), cinco estudantes concretizaram o ato no mesmo período. Mapeamento feito pela UFABC mostrou que 11% de seus alunos que trancaram a matrícula em 2016 o fizeram por problemas psicológicos.
A falta de compreensão de parte dos docentes é uma das principais queixas. “Alguns parecem ter orgulho em pressionar, reprovar”, conta Bárbara. 
O psicólogo André Luís Masieiro, do Departamento de Atenção à Saúde da UFSCar, diz que a busca por auxílio psicológico está frequentemente ligada à exigência constante que se faz dos jovens. “Sem dúvidas há um aumento do fenômeno da depressão em universitários. A ameaça do desemprego e do fracasso profissional são fatores desencadeantes de depressão.”
A UFSCar informou ainda que, entre outras iniciativas, distribuiu cartilha de práticas de acolhimento em saúde mental para docentes e funcionários que recebem alunos em situação de sofrimento psicológico.

Aproximação

Para combater o problema, instituições tentam, aos poucos, se aproximar dos alunos. Na Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, são estratégias a indicação de professor mentor para quem teve mudança repentina no rendimento acadêmico e a participação de grupos estudantis nas redes sociais.
Na Federal de Minas Gerais (UFMG), foram criados neste ano dois núcleos de saúde mental, após dois suicídios entre alunos. Até então, só a Medicina tinha atendimento do tipo. “Se um fato já aconteceu, é sinal de que falhamos no processo”, diz a vice-reitora Sandra Almeida.
Já a Federal da Bahia (UFBA) criou, também em 2017, programa para prevenir e ajudar alunos, principalmente os de baixa renda. “Os cotistas sofreram rejeição, até mesmo de alguns professores”, diz o psicanalista e assessor da UFBA Marcelo Veras.

Mobilização

Alunos também têm criado grupos para auxiliar colegas e sensibilizar as instituições. A principal iniciativa do tipo foi a Frente Universitária de Saúde Mental, criada em abril por alunos de instituições públicas e privadas de São Paulo.
O movimento surgiu após tentativas de suicídio na Medicina da USP. “Eram muitos alunos com esgotamento, sem acompanhamento adequado, e percebemos que isso não era particularidade da Medicina”, conta a aluna do curso Karen Maria Terra, de 23 anos, integrante da Frente. Eles organizaram, em junho, uma semana de palestras para abordar questões sobre a saúde mental. A página do grupo no Facebook tem 27 mil seguidores.
"Eu vejo meus colegas surtando, e a gente fala pouco sobre isso. A criação da Frente nos mostra que não estamos sozinhos”, comenta Anna Campos Teotonio, aluna de Medicina da Santa Casa.
Alunos da Veterinária da USP também criaram uma página no Facebook para desabafar. “Com o tempo, começaram a aparecer relatos de problemas de saúde e, este ano, o que mais tem é depressão e ansiedade”, diz Bianca Cestaro, de 30 anos.  (Colaborou Isabela Palhares)
Fonte: Estadão

10 lições de um pai que perdeu o filho

"Se você tem seus filhos com você. Pare para beijá-los à noite. Para tomar café da manhã. Para caminhar até a escola. Você é abençoado. Nunca se esqueça disso", diz o pai Richard Pringle.


Richard Pringle perdeu o filho Hughie, de 3 anos, repentinamente (Foto: Reprodução/Facebook)

Não existe dor maior do que perder um filho. Um ano após a morte de Hughie, que tinha 3 anos, o pai Richard Pringle compartilhou o que aprendeu com a experiência em um post no Facebook.

O inglês – que tem outros dois filhos – fez um alerta para que as famílias aproveitem o tempo que passam juntos ao máximo. A publicação “As 10 coisas mais importantes que eu aprendi desde a morte do meu filho“ emocionou a internet e viralizou – já tem mais de 24 mil curtidas e 14 mil compartilhamentos.
Hughie morreu repentinamente após ter uma hemorragia cerebral em 18 de agosto de 2016. Apesar de o menino ter uma doença cerebral, só havia 5% de chance de acontecer o sangramento que o levou à morte no ano passado. 
“Ele era gentil, carinhoso e amável. Ele fazia as coisas tediosas se tornarem divertidas. Em apenas três anos, ele nos deixou lembranças incríveis”, contou o pai em entrevista ao Daily Mirror.
Foto do post que o pai fez contando as lições que aprendeu com a morte do filho (Foto: Reprodução/Facebook)

Confira o post "as 10 coisas mais importantes que aprendi desde que perdi meu filho" na íntegra:
"1. Você nunca perderá em beijar e amar demais;
2. Você sempre tem tempo. Pare o que você está fazendo e vá brincar, nem que seja por apenas um minuto. Nada é tão importante que não possa esperar;
3. Tire fotos e grave quantos vídeos for humanamente possível. Um dia, isso pode ser tudo o que você terá;
4. Não gaste dinheiro, gaste tempo. Você acha que o que você compra para ele é importante? Não é. O que você faz é o que importa. Pule em poças d’água, faça caminhadas. Nade no mar, acampe e divirta-se. Isso é tudo o que eles querem. Não consigo lembrar o que compramos para o Hughie, só me lembro do que nós fizemos juntos;
5. Cante. Cante músicas juntos. Minhas lembranças mais felizes são do Hughie sentado em meus ombros ou ao meu lado no carro, cantando as nossas músicas favoritas. As memórias são criadas através da música;
6. Valorize as coisas mais simples. À noite, na hora de dormir, lendo histórias. Jantares juntos. Domingos preguiçosos. Aprecie os momentos mais simples. São deles que sinto mais falta. Não permita que essas memórias especiais passem despercebidas;
7. Sempre dê um beijo de despedida naqueles que você ama e, se você esquecer, volte e beije-os. Você nunca sabe se é a última vez que você terá a chance;
8. Faça as situações entediantes, divertidas. Viagens ao supermercado, viagens de carro, andanças pelo shopping. Seja bobo, conte piadas, ria, sorria e aproveite. Elas são apenas tarefas se você tratá-las assim. A vida é muito curta para não se divertir;
9. Mantenha um diário. Escreva tudo o que seus filhos fazem e iluminam o seu mundo. As coisas engraçadas que dizem, as coisas fofas que fazem. Nós só começamos a fazer isso depois que perdemos o Hughie. Queríamos nos lembrar de tudo. Agora, nós fazemos isso por Hettie e também faremos por Hennie. Você terá essas memórias escritas para sempre e, quando estiver mais velho, poderá olhar para trás e apreciar todos os momentos;
10. Se você tem seus filhos com você. Pare para beijá-los à noite. Para tomar café da manhã. Para caminhar até a escola. Para levar à universidade. Para vê-lo se casar. Você é abençoado. Nunca se esqueça disso".
Fonte: Crescer