Brincadeiras que dialogam com diferentes aspectos da educação integral

Ensino-aprendizagem no território; monitoria entre os pares; participação da comunidade; letramento e cultura digital e experimentação são alguns fundamentos da educação integral.
Sabendo da importância do brincar para o processo de ensino-aprendizagem e para o desenvolvimento dos sujeitos em todas as suas dimensões, o Centro de Referências em Educação Integral elencou brincadeiras e atividades que dialogam diretamente com estes princípios.
Todas as brincadeiras têm por base ainda outros dois fundamentos da modalidade: a personalização, ou seja, atividades que têm como ponto de partida os interesses, desafios e contexto de cada criança, e as múltiplas interações, que visam identificar no território as oportunidades de promover o convívio e o diálogo entre crianças de diferentes gêneros, raças, classes sociais, territórios e habilidades. Confira:

 Ensino-aprendizagem no território



Para além das tradicionais oportunidades de ensino-aprendizagem oferecidas pelos territórios como museus e exposições itinerantes, os parques, as praças e outros ambientes externos também devem ser ocupados com brincadeiras e jogos.
Pode-se incorporar às brincadeiras e às experimentações artísticas os elementos da natureza, como folhas e pedras. Estes últimos podem ser contornados com giz e lápis-de-cor, dando vida a colagens e outras produções. Também vale explorar o efeito da tinta quando as crianças trocarem o pincel por um galho ou um punhado de folhas.
Dependendo da idade das crianças, também é possível propor uma brincadeira de escrever o alfabeto ou palavras usando galhos, pedras ou folhas. O site Creative STAR Learning, disponível apenas em inglês, congrega centenas de ideias de como valer-se de elementos da natureza ou dos territórios urbanos para brincadeiras mais interessantes.
Se o acesso a parques ou praças for limitado, a alternativa é usar giz de lousa para desenhar pelo asfalto, fazendo dele uma tela imensa, onde em poucos minutos as crianças também podem desenhar a tradicional amarelinha.
Outra oportunidade relacionada ao território está na memória. É possível resgatar as brincadeiras e folclores típicos de cada região, colocando as crianças em contato com a cultura local. 
Monitoria entre pares

É comum as crianças e suas brincadeiras serem divididas de acordo com a idade , mas fazê-las interagir nesses momentos de descontração propicia experiências ricas de troca. 
Pode ser uma atividade de exploração pela casa, quintal ou parque, cozinhar algo juntos, ou fabricar brinquedos e materiais que envolvam tesouras, cola e habilidade motoras mais controladas. Os mais velhos podem ajudar os mais novos com sua experiência. Estes últimos, por sua vez, agregam com seu olhar imaginativo.
A contribuição dos adultos pode ser a de apresentar e ensinar sua brincadeira favorita da infância aos pequenos.
Participação da comunidade
 

Envolver a comunidade nas brincadeiras é uma forma de expandir os limites de mundo das crianças para além da família e da escola. Nesta perspectiva, uma iniciativa simples, mas muito rica, é criar situações que reúnam as diferentes crianças do bairro.
Para tanto, pode-se organizar um piquenique colaborativo em uma praça ou outro lugar comunitário. Depois, com a turma já reunida, é fácil começar uma brincadeira, como uma orquestra feita de panelas e colheres de pau, ou uma pintura coletiva em rolo de papel craft, em que se pode dar mais dinâmica à atividade propondo que pintem usando só algumas partes do corpo como os pés.
Propor uma contação de histórias em grupo ou abrir o quintal para uma sessão aberta de cinema também são opções divertidas.
Letramento e cultura digital

A maior parte dos computadores possui o software Paint, um programa que permite desenhar e pintar uma tela em branco, além de editar imagens. Deixar as crianças brincarem livremente com essa outra forma de criação pode ajudar na coordenação motora, criatividade e familiarização com os componentes de um computador. Outros jogos educativos em sites ou celulares também podem cumprir a função.
Os videogames também têm potencial educativo, e podem ajudar a formar as crianças para um ambiente digital, porque estimulam a coordenação motora, a habilidade de lidar com frustrações e perseverar, e a compreensão das dimensões dentro de um ambiente 2D ou 3D. Vale lembrar, no entanto, a importância de checar a indicação etária de cada jogo a fim de oferecer conteúdos adequados para cada fase do desenvolvimento.
Estas também são oportunidades de interação entre adultos e crianças, dos mais velhos ensinarem os mais novos e vice-versa.
Experimentação

A experimentação, também conhecida como cultura maker ou mão na massa, propõe que as crianças desenvolvam projetos próprios a partir do autodidatismo, da experiência prática, da pesquisa-ação e das invenções.
No âmbito das brincadeiras e jogos, este conceito se aplica desde aprender a fazer crochê com alguém da comunidade ou resolver um quebra-cabeça, até o uso de placas de prototipagem para elaborar circuitos eletrônicos que darão movimento a robôs, hélices e outros brinquedos.
Para estimular que as crianças sintam vontade de criar algo, disponibilize vários materiais, como papéis coloridos, retalhos de tecidos, materiais recicláveis, balões, cola, tintas, miçangas e lantejoulas, botões, massinha de modelar e outras ferramentas.
Com esses insumos, é possível criar diversos objetos e brinquedos como bonecos, porta-canetas, diários, fantoches, calendários, fantasias e tudo mais que vier à mente.
Se os pequenos precisarem de um pouco mais de instrução, o canal de vídeos Manual do Mundo reúne diversas experiências e ideias para construir artefatos como uma rede que se parece com uma grande teia de aranha.