Risco de Autismo é maior do que se pensava em famílias já afetadas


WASHINGTON, EUA — O risco de uma criança sofrer de autismo é maior do que se pensava até agora quando um ou mais de seus irmãos mais velhos já padecem desta complexa síndrome, de acordo com uma nova estimativa publicada nesta segunda-feira nos Estados Unidos.

Esta probabilidade, que era considerada de 3 a 10% antes desta pesquisa é, na realidade, de 18,7%, segundo revela este estudo realizado por cientistas da Universidade da Califórnia em Davis e com a participação do Instituto M.I.N.D.


Para os homens, o perigo é ainda maior, de mais de 6%, e supera os 32% quando dois de seus irmãos mais velhos são autistas.

Cerca de 80% das crianças autistas é do sexo masculino, algo confirmado por este estudo realizado com 664 pacientes

Os pesquisadores fizeram um acompanhamento do grupo dos oito meses de idade em média até os três anos, quando as crianças foram examinadas para ver se sofriam de autismo.

Nas famílias nas quais já havia um filho com autismo, o índice de irmãos e irmãs menores que também terminaram padecendo desta síndrome é de 20,1%. Essa taxa sobe para 32,2% no caso de mais de um irmão autista.

Somente 37 dos participantes do estudo estavam nesta circunstância.

"Este é o estudo mais extenso já realizado com irmãos e irmãs menores de crianças autistas", afirmou a dra. Sally Ozonoff, professora de Psiquiatria e Ciências do Comportamento no Instituto M.I.N.D. e principal autora do trabalho.

"Nenhuma outra pesquisa colocou em evidência até agora um risco tão elevado que essas crianças passam de padecer de autismo", acrescenta em um comunicado.

Este documento foi postado no site do jornal Pediatrics e será publicado na imprensa em setembro.

Os pesquisadores enfatizaram também os indícios claros do papel desempenhado pelos fatores genéticos no desenvolvimento do autismo, um problema complexo que afeta a capacidade da criança de pensar, de se comunicar, de interagir socialmente e de aprender.

Nos Estados Unidos, calcula-se que o autismo afete uma em cada dez crianças nascidas atualmente.


Fonte: AFP

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