Os crimes
sexuais contra crianças e adolescentes corresponderam a 16% das denúncias
recebidas pelo Disque Direitos Humanos (0800 031 1119) em 2011, com 336
relatos. Só os crimes de violência física dentro da própria família e de
negligência e abandono, com 752 e 746 denúncias, respectivamente, superaram os
relatos de crimes sexuais. Mas como identificar esse tipo de violência, que
muitas vezes ocorre dentro da própria família?
A psicóloga e
responsável pela Coordenadoria Especial de Política Pró-Criança e Adolescente
(Cepcad), Eliane Quaresma, chama a atenção dos pais para possíveis sinais
apresentados pelas crianças que sofrem esse tipo de violação. “O abuso sexual
acontece de uma forma muito velada. O abusador é, geralmente, muito próximo e
tem uma relação de confiança com a criança, que passa a ter uma dependência
provocada pelo medo. Além disso, a criança sente vergonha e normalmente é
ameaçada pelo abusador”, explica Quaresma.
Dado do
Observatório da Infância aponta que apenas 30% dos casos de abusos deixam
evidências físicas, o que, para a psicóloga, dificulta ainda mais a
identificação da violência. “A criança dá outros sinais: passa a ficar
deprimida, apática, apresenta queda no rendimento escolar e medo de ficar
sozinha”, exemplifica.
Quaresma
também ressalta a importância de os pais sempre acreditarem no que os filhos
contam. “Muitas vezes, por vergonha, a criança, que tem o imaginário muito
fértil, floreia um caso para contar um abuso e isso leva as pessoas a não
acreditarem”, disse, orientando os pais a sempre apurarem o que os filhos
dizem.
A criança que
sofre violação e não é tratada carrega sequelas para o resto da vida e
geralmente se torna um adulto com dificuldade de relacionamento social,
depressivo, com impotência sexual, frigidez, além de poder cometer suicídio.
Proteja
Para
incentivar a população a denunciar os crimes contra crianças e adolescentes, o
Governo de Minas lançou, em maio de 2008, a Campanha Proteja Nossas Crianças,
coordenada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), pelo
Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) e pelo Conselho Estadual dos
Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca). É uma das maiores mobilizações já
realizadas no país com foco no combate à violência doméstica e à exploração
sexual desse público. Conta com a parceria das emissoras de TV, rádio e jornais
impressos do Estado.
Fique atento a
algumas táticas usadas por abusadores:
- Fazem-se
passar por jovens ou crianças da mesma idade;
- Abordam
assuntos que agradam suas vítimas potenciais;
- Oferecem
algum benefício monetário ou presente;
- Tornam-se
‘amigos’, criando uma atmosfera de acolhimento e dependência;
- Usam
informações fornecidas por crianças, adolescentes e jovens durante o contato
pela internet ou nos perfis criados em sites de relacionamento;
- Podem buscar
esse contato fora da internet, pessoalmente, nas escolas, clubes ou lan houses.
Fonte: Agência
Minas
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