Crianças mais novas do que seus colegas de sala são
erroneamente diagnosticadas com transtorno de déficit de atenção
Falta de maturidade: comportamento de crianças mais novas do que colegas de sala pode ser confundido com TDAH (Thinkstock Images) |
Uma nova pesquisa sugere que crianças mais novas do
que seus colegas de classe são mais propensas a serem diagnosticadas com
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Segundo o estudo, que
foi publicado na edição do mês de março do periódico Canadian
Medical Association Jorunal, muitas vezes o aluno, por ser mais imaturo do que os
outros, recebe um diagnóstico errado e tratamento desnecessário para o TDAH.
Para chegarem
a essa conclusão, pesquisadores da Universidade British Columbia, no Canadá,
acompanharam durante um ano mais de 900.000 crianças de 6 a 12 anos. Eles
compararam jovens da mesma sala de aula que haviam nascido em janeiro com os
que haviam nascido em dezembro, ou seja, que eram aproximadamente um ano mais
novos do que os seus colegas de classe.
Resultados —
Os meninos mais novos tiveram 30% mais chances de serem diagnosticados com TDAH
e foram 41% mais prováveis de receberem o tratamento para o problema do que
aqueles que eram quase um ano mais velhos. Entre as meninas, essas
probabilidades foram, respectivamente, 70% e 77% maiores. De acordo com os
pesquisadores, trata-se de um resultado curioso, já que os garotos têm três
vezes mais riscos de sofrerem de TDAH do que as meninas.
“A falta de
maturidade está sendo interpretada, muitas vezes, como um caso de TDAH”, afirma
Richar Morrow, coordenador do estudo. Para os pesquisadores, tanto pais quanto
professores e médicos devem ser cautelosos e estar cientes de que a imaturidade
pode imitar alguns dos sintomas do TDAH. Além disso, para que a criança não
seja prejudicada por diagnósticos errados, é preciso que o comportamento delas
seja observado também fora do ambiente escolar.
Segundo
estudo, as crianças mais jovens do que seus colegas de sala lutam mais contra a
falta de atenção e o controle dos impulsos. Por isso, o diagnóstico do TDAH
deve se basear em comparação com jovens da mesma idade e sexo. A pesquisa
conclui que esses resultados reforçam a preocupação que deve existir em torno
do excesso de diagnóstico e das consequências que ele pode provocar.
Tire mais
dúvidas no site da Veja com questões repondidas por Maria Conceição do Rosário,
psiquiatra da infância e adolescência e professora adjunta do departamento de
psiquiatria da Unifesp
Fonte: Veja
online
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