O livro mostra
medos de naturezas diferentes – alguns bem reais e outros que são apenas do
mundo imaginário – listando todos os perigos, mas também explica como se salvar
de tudo que pode ser ameaçador. Os medos são estudados com humor sem
desrespeitar as razões que fazem as crianças ficarem com medo de certas
situações, pessoas ou lugares. A linguagem é informal como uma conversa direta
com o pequeno leitor, sendo o autor alguém que entende que o medo é algo
natural e tenta tratar o assunto de maneira mais descontraída possível. O livro
cita medos de dentista, de barata e de fantasmas, todos eles o leitor pode ter
ou conhece alguém que tenha.
O grande
diferencial do livro é a maneira como ele trata o enfrentamento do medo: depois
de assustar bastante o leitor descrevendo algum medo, logo abaixo a seção “Vai
encarar?” oferece dicas para que a criança se salve, o que deve ser evitado e
outras informações importantes. O que também pode ser considerado elemento de
terror é que nunca é dito que monstros ou assombrações não existem: o livro tem
a proposta de manter todos esses perigos tão reais quanto as pessoas que
podemos encontrar pela rua, deixando assim no mesmo patamar seres imaginários e
pessoas de carne e osso.
As ilustrações
de Gustavo Duarte não poupam as crianças desenhadas por ele dos perigos
apresentados nos livros: elas são sequestradas, amedrontadas, perseguidas,
atacadas.As expressões são sempre de susto, pavor, choro ou desespero. As
crianças aparentam ter idade entre 5 e 7 anos, faixa etária dos leitores desse
livro. Desenhar crianças da mesma idade que aqueles que estão lendo aproxima o
livro do leitor.
Por Felipe Campos
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