Sonambulismo atinge crianças entre 3 e 10 anos

O sonambulismo, transtorno do sono que faz com que pessoas se movimentem ou falem enquanto dormem, é comum entre os brasileiros. O distúrbio afeta cerca de 20% das crianças na idade entre 3 e 10 anos.
 
Segundo o neurologista do Hospital e Maternidade São Luiz, Álvaro Pentagna, o sonambulismo é um tipo de parassonia (manifestação noturna durante o sono) em que as funções motoras despertam, mas a consciência não e, assim, a pessoa interage parcialmente com o ambiente, podendo se mexer excessivamente, falar ou até “perambular” pela casa durante a noite.
 
“É um distúrbio hereditário, mas costuma ter algo que desencadeia – geralmente barulho, som ou estímulo enquanto dorme”, explica o neurologista.
 
Pentagna esclarece ainda que o mito de que a pessoa não pode ser acordada deve ser esquecido. "Durante o sonambulismo, o despertar é confuso e agitado, mas pode ser feito. O ideal é ir com tranquilidade, falar baixo e conduzir a criança calmamente até um local seguro."
 
Os episódios de sonambulismo são breves e de frequência variável, dificilmente prejudica a qualidade do sono. “Procurar um médico é importante quando o distúrbio causar medo ou quando ocorrem situações de perigo. O quadro costuma melhorar naturalmente com o avanço da idade”, aconselha.
 
Tratamento
 
De acordo com o médico, existem medicações, como antidepressivos e ansiolíticos, que estabilizam o sono, mas que são recomendadas apenas em casos extremos. O melhor, segundo o especialista, é ficar atento à “higiene do sono”: estabelecer regras como dormir sempre no mesmo horário e no mesmo local, buscar ambiente sem barulho ou luminosidade, e evitar qualquer fator que possa fragmentar o sono, por exemplo, TV ligada. 

Crianças têm mais preocupações do que pais pensam

Preocupações de criança
Crianças estão sempre brincando, não têm preocupações e geralmente são muito otimistas.
Pode ser cômodo e desejável concordar com essas crenças largamente disseminadas, mas elas parecem estar bem longe da realidade.
Um novo estudo mostrou que os pais não são bons em avaliar o bem-estar emocional das crianças.
E que as crianças têm sim suas preocupações, que podem ir do medo do escuro à preocupação com algo de ruim acontecer com algum membro da família.
Filhos heróis
Uma série de estudos têm demonstrado duas coisas importantes quanto às crianças menores de sete anos.
A primeira é que elas não conseguem relatar com precisão como estão se sentindo, o que tem feito com que todos os estudos sobre essa idade dependam de declarações dos pais.
O segundo problema é que essas declarações dos pais são positivamente superestimadas.
Assim, os pais acham que seus filhos são mais inteligentes do que são na realidade, superestimando como eles se sairão em matemática, português e em testes cognitivos.
Da mesma forma, os pais geralmente avaliam que seus filhos estão se sentindo melhores emocionalmente do que eles estão na realidade.
Emoção de pai e emoção de filho
Para sair desse círculo vicioso, Kristin Lagattuta e sua equipe da Universidade da Califórnia, em Davis, idealizaram um teste emocional para crianças baseado em desenhos e associações que as crianças fazem naturalmente.
Em três avaliações diferentes, envolvendo mais de 500 crianças com idades entre 4 e 11 anos, os cientistas confirmaram que os pais consistentemente avaliam suas crianças como sendo menos preocupadas do que elas são realmente.
O estudo também mostrou que as próprias emoções dos pais influenciam a forma como eles percebem as emoções das crianças - quanto mais emocionalmente afetados por uma situação os pais estão, maior é a discrepância das avaliações que eles fazem das emoções dos filhos.
De forma consistente, as crianças deram a si próprias índices mais elevados de preocupação do que os atribuídos pelos pais e, ao inverso, disseram-se menos otimistas do que os pais consideravam.
As preocupações demonstradas pelas crianças foram limitadas às que faziam partes dos jogos e imagens apresentadas a elas, o que não significa que as preocupações infantis estejam limitadas a elas.
 

Pesquisa relaciona TDAH na infância ao tabagismo

Segundo estudo canadense, uma mesma variação genética aumenta o risco tanto do transtorno quando do hábito de fumar durante a vida.
 
Tabagismo: Crianças que têm transtorno de hiperatividade são mais propensas a fumar ao longo da vida,
 diz estudo
(Thinkstock)
 
Crianças que apresentam comportamentos associados ao transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) são mais propensas fumar ao longo da vida do que aquelas que não têm o distúrbio. Essa é a conclusão de um estudo publicado nesta segunda-feira na revista Archives of Disease in Childhood. Segundo a pesquisa, isso ocorre pois uma mesma variação genética eleva os riscos tanto de TDAH quando de tabagismo.
 
Para chegar a esses resultados, o estudo, desenvolvido na Universidade McGill, no Canadá, selecionou 454 crianças de seis a 12 anos que haviam recebido o diagnóstico de TDAH. A equipe analisou o material genético dos participantes — especificamente cinco genes cujas variações já foram associadas diversas vezes a hábitos de tabagismo, como ao consumo de mais cigarros ao dia ou à dificuldade de parar de fumar. Com isso, os autores queriam descobrir se algum desses genes também estava ligado ao TDAH.
 
Os pesquisadores também coletaram amostras de sangue dos pais dessas crianças para identificarem se as variantes genéticas eram herdadas. Além disso, a equipe entrevistou a maioria das mães dessas crianças para avaliar se esses jovens apresentavam problemas em casa e na escola e, por meio de testes, os autores também analisaram a capacidade intelectual de cada um.
 
Mais cigarros — Segundo o estudo, das cinco variações genéticas analisadas, apenas uma — que está relacionada ao maior número de cigarros consumidos por dia — foi associada ao TDAH. Essa variante foi mais provável de ser herdada dos pais e está ligada a casos mais graves do transtorno e a notas menores nos testes de avaliação intelectual.
 
Em um editorial que acompanhou o estudo, Miriam Cooper, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Cardiff, na Grã-Bretanha, afirmou que é preciso ter cautela na hora de interpretar esses resultados. “A pesquisa deve ser interpretada apenas como uma probabilidade teórica até que seja aplicada em trabalhos maiores”, diz. “Porém, esse é um ponto intrigante a ser investigado. Os dados poderiam ajudar a explicar o motivo pelo qual diferentes comportamentos e desordens, como TDAH e tabagismo, estão relacionados.”
 
Fonte: Veja

Pesquisadores debatem sobre a importância da competição para as crianças

Matt RichtelDo "NEW YORK TIMES"
 
Logo antes da hora de dormir, meus dois filhos pequenos foram ao banheiro escovar os dentes. No caminho, o de 4 anos disse à sua irmãzinha: "Eu vou ganhar!". Ele falava da escovação dos dentes.
 
Ele tem espírito competitivo. Quando Milo e eu jogamos beisebol, ele me diz: "Eu vou ser os Yankees e você pode ser um time que eles derrotaram".
 
É melhor ensinar às crianças difíceis lições de vida, como a de que a emoção de vencer é mais doce se você já conheceu o sofrimento da derrota? Ou é melhor deixar a criança vencer, deixando que a vitória seja parte da diversão?
 
"As evidências sugerem de modo avassalador que a competição é destrutiva, especialmente, mas não exclusivamente, para as crianças", disse o autor e palestrante Alfie Kohn. "É uma maneira tóxica de criar filhos."
 
Kohn suscita controvérsia, o que não surpreende. É difícil conciliar suas ideias com a realidade da vida moderna.
 
Mas fiquei surpreso com o grau em que muitos pesquisadores concordam com aspectos da ideia de Kohn de que a competição do tipo vale-tudo, que eu sempre vi como algo que faz parte da vida moderna, pode promover a ansiedade, prejudicar a autoestima e levar ao isolamento emocional.
 
Uma análise a ser publicada no "Psychological Bulletin", periódico da Associação Americana de Psicologia, estuda centenas de pesquisas sobre a competição e a performance e não encontra um vínculo claro entre as duas coisas. Parece que às vezes a competição fortalece a performance, mas, num número igual de casos, ela não o faz.
Como conciliar visões opostas sobre a competição?
 
De acordo com David Shields, professor assistente de psicologia educacional na Faculdade Pública St. Louis, no Missouri, a boa notícia é que existe uma chance real para os pais começarem com uma "lousa em branco", quando se trata de definir a competição para as crianças.
 
"As crianças têm um entendimento superficial da competição", explicou Shields. "Elas só sabem que a palavra 'ganhar' é usada aí fora." Em outras palavras, meu filho não está pensando profundamente no que está dizendo quando fala que quer ganhar de mim. Assim, o primeiro conselho que Shields me dá é: "Deixe-o realizar sua fantasia."
Qual é a lição que os pais devem tirar disso? Para Shields, tentar mudar a natureza das brincadeiras que você compartilha com seus filhos para enfatizar a cooperação. Resolvi tentar.
 
Milo e eu estávamos sentados na sala quando propus meu plano: "Vamos jogar bola e contar quantas vezes podemos jogá-la um para o outro sem que ela caia no chão". "Vamos!" disse Milo. Ele fez uma pausa. "Eu vou pegar a bola mais vezes que você."
Mesmo pesquisadores que não são grandes fãs de metáforas de batalha que destacam a natureza soma zero de algumas competições reconhecem que competir é uma parte inevitável da vida.
 
John Tauer é professor de psicologia na Universidade St. Thomas, no Minnesota, onde estuda a competição e treina o time de basquete masculino. "Quando ouço propostas de eliminar a competição, digo que isso não é realista", comentou. "Não dá para fugir da competição, a não ser que adotemos um sistema em que todo o mundo possa fazer o que quiser, quando quiser."
 
Numa série de estudos feitos ao longo de cinco anos, Tauer analisou o desempenho de crianças de 9 a 14 anos fazendo arremessos livres de basquete em três situações: quando um jogador compete com outro, quando dois jogadores colaboram para obter a maior contagem conjunta possível e quando dois jogadores se unem para tentar marcar mais pontos que um terceiro.
 
A combinação de cooperação e competição resultou em satisfação maior e, com frequência, mais pontos.
 
"As crianças preferem a combinação de competição e cooperação", concluiu Tauer.
Mas o que dizer quando uma criança está brincando sozinha, com uma irmã ou com algumas outras crianças?
 
Tauer oferece um conselho concreto: ainda mais básica que a necessidade de ganhar é a necessidade de sentir-se bem e ter uma visão de mundo que corresponda à realidade.
Assim, se eu deixar Milo ganhar o tempo todo, ele pode inicialmente sentir-se bem, mas em algum momento vai perceber que algo não está certo.
 
Procurei o conselho de um campeão do tênis, Erik van Dillen, que em sua adolescência no final dos anos 1960 era o melhor jogador dos Estados Unidos e hoje é pai de cinco filhos.
Dillen me disse que a ênfase sobre a competição não é o principal. Os maiores jogadores, segundo ele, são pessoas que encontram soluções para problemas. Vencer ou perder é simplesmente um reflexo de até que ponto resolveram o problema.
 
David Johnson, professor emérito de psicologia educacional na Universidade de Minnesota, sugeriu uma maneira de mudar a cultura em torno do vencer: ensinar Milo a incentivar outras crianças. Desse modo, disse Johnson, ele vai fomentar um espírito de cooperação. Ao afastar a ênfase do vencer e direcioná-la para dominar uma atividade, o indivíduo e a equipe --a classe, o país, o mundo-- vão crescer.
 
"A criatividade, a inovação e a qualidade do produto aumentam quando você alimenta os talentos e o desempenho de outros."
 
Fonte: Folha

Férias no Núcleo Paradigma - Ciclo de Atividades

 
 

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Importante!!! Aberta a triagem para crianças - Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP

Aberta a triagem para Crianças com comportamento agressivo e problemas no convívio social no Ambulatório de Socialização do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP.

O Ambulatório de Socialização do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP está iniciando projeto de pesquisa com crianças que apresentam comportamento agressivo e problemas no convívio social.

Poderão participar desta pesquisa crianças entre 9 e 11 anos e seis meses, residentes no município de São Paulo, que apresentam comportamento agressivo, desafiador, opositivo, atitudes maldosas, cruéis, hostis e demais comportamentos que geram dificuldades de relacionamento no ambiente familiar, escolar, entre outros.

Agendar triagem pelo tel. 2661-6440.

Treinamento esfincteriano e sua correlação com a constipação e dor na defecação



Estudos documentam a associação entre uma variedade de problemas do treinamento do toalete e o desenvolvimento da constipação infantil e defecação dolorosa. Para exemplificar, o estudo de Schonwald e colaboradores (2004), que contou com uma amostra de 400 crianças, observou que a constipação ocorreu em 84% das crianças que exibiam recusa para defecar no vaso sanitário e em 88% delas o treino de toalete não foi bem estabelecido.
 


Durante o treino de toalete, episódios de constipação foram relatados por 30% dos indivíduos com encoprese primária (aqueles que nunca adquiriram o controle e resposta de defecar corretamente) e 19% com encoprese secundária (aqueles que adquiriram em algum momento anterior o controle e resposta de defecar corretamente).
A vivência de defecação dolorosa antes dos 3 anos de idade foi relatada por mais de metade das crianças com encoprese secundária, sinalizando que a retenção de fezes e evacuação de modo inapropriado é intensificado após experiências dolorosas. Dados importantes de pesquisas anteriores demonstraram que a recusa para defecar no vaso sanitário e a constipação são preditores de treinamento esfincteriano e fatores familiares e/ou sociais prejudiciais.
O período de retirada das fraldas e aquisição de controle esfincteriano tem suas chances aumentadas para a ocorrência de problemas quando há: inconsistência na rotina da criança e/ou dos pais (horários e locais irregulares para se alimentar, ir dormir e acordar, tomar banho, frequentar o penico e/ou vaso sanitário); atenção e valorização inadequada, punição, ambiente conflituoso ou condições estressantes e instáveis, irregularidade entre cuidadores e os estilos comportamentais dos mesmos (negligentes, agressivos, permissivos, participativos). Estes são exemplos de condições que elevam as chances bem como a gravidade do problema.
Bebês que pouco são estimulados a defecar diariamente por meio de procedimentos naturais tornam-se crianças que mais facilmente apresentam irregularidades na freqüência do defecar. Para entender melhor a relação entre a constipação e a recusa para defecar no vaso sanitário, Schonwald e colaboradores (2004b) avaliaram se as evacuações rígidas e defecação dolorosa são mais prováveis de ocorrer antes ou após a criança apresentar a recusa para defecar no vaso sanitário.
 
Os estudos indicaram que na maioria dos casos, os movimentos intestinais rígido e, em menor medida, os movimentos intestinais dolorosos, ocorrem antes do início da recusa para defecar, o que demonstra pouca atitude dos pais quando pequenos sinais são apresentados pela criança. Esta condição muitas vezes levam os pais a "aceitar o ritmo da criança" ao invés de insistir na defecação diária, prevenindo problemas mais graves no futuro, entre eles os diferentes tipos de encoprese.
O período de retirada das fraldas pode ser considerado simples para os cuidadores que não percebem que a aquisição de controle esfincteriano e um bom nível de funcionamento gastrointestinal não são condições que nascem com a criança mas são processos aprendidos no início da vida por meio de e estimulação adequada. O que nasce com a criança é a capacidade orgânica para que estes eventos ocorram.
 
O treino fica prejudicado se os pais exibem pressa quando a criança solicita ajuda para ir ao banheiro; demonstram pouca alegria e satisfação com o comportamento da criança em defecar no vaso; desconsideram que é mais fácil e cômodo para a criança continuar na fralda e não fazem deste momento algo suficientemente prazeroso para ela; verbalizam que defecar é legal, e depois que é fedido e ruim; desrespeitam a gradatividade das etapas acelerando ou pulando-as; não perguntam e discriminam à criança possíveis condições fisiológicas alteradas (ex: você bebeu bastante suco, vamos juntos ao banheiro agora); quando se comportam de forma a sinalizar a criança que conquistar a independência é ruim e desagradável (ex: ainda bem que você é uma criança, aproveita sua infância porque crescer é um saco); quando permanecem mais tempo com a criança quando é para fazer atividades em que ela não pode ou não consegue fazer sozinha (se os poucos momentos dacriança com os pais se dá em situação em que ele precisa de ajuda, ser independente não será vantajoso para ela e, portanto, será mais provável que seus comportamentos se mantenham mais infantilizados).
 

Consideradas estas defasagens em conjunto, os estudos sugerem como efeito a constipação intestinal, dor na defecação e a recusa para ir ao vaso sanitário, sendo que problemas decorrentes destas condições podem passar a compor um quadro de problemas no desenvolvimento comportamental da infância.

REFERÊNCIAS:

Schonwald A, Rappaport L. Consultation with the specialist: encopresis: assessment and management. Pediatrics Rev. 2004; 25:278-83.
Schonwald A, Sherritt L, Stadtler A, Bridgemohan C. Factors associated with diffi cult toilet training. Pediatrics Rev. 2004.
Naiara Costa
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1Considerando crianças com o desenvolvimento dentro dos padrões de normalidades
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Por Naiara Costa
Fonte: Instituto Innove
 

Reflexão


TV e dispositivos tecnologicos no quarto das crianças está ligado a falta de sono e obesidade, diz estudo

ScienceDaily (22 de outubro de 2012)
Crianças que adormecem com o brilho de uma TV ou computador não descansa o suficiente e sofre de maus hábitos  ao longo da vida, diz uma nova pesquisa da Universidade de Alberta.
 

(Crédito: © HuiTuan Wang / Fotolia)
 
 
Uma pesquisa mostrou que crianças com um ou mais dispositivos eletrônicos no quarto - TVs, computadores, videogames e celulares - tem mais propensão a ter excesso de peso ou obesidade.
 
"Se você quer que seus filhos durmam melhor e vivam uma vida mais saudável, mantenha os equipamentos tecnológicos fora do quarto", disse o co-autor Paul Veugelers, professor na Escola de Saúde Pública, Presidente da Pesquisa e diretor da Unidade de Pesquisa de Saúde da População e Intervenção, que trabalha com o Projeto Alberta promoção de uma vida ativa e uma alimentação saudável (Escolas Apple).
 
Paul Veugelers disse que a pesquisa é a primeira a ligar os pontos sobre a relação entre dieta, sono e atividade física entre as crianças.
 
Cerca de 3.400 crianças foram questionados sobre seus hábitos noturnos, sono e acesso a equipamentos eletrônico. Metade das crianças relataram ter uma televisão, leitor de DVD ou console de videogame no quarto, 21% um computador, 17% um celular e 5% tinham todos os três tipos de dispositivos.
 
57%  doa crianças relataram o uso de eletrônica na hora que deveriam estar dormindo, como a assistir TV e filmes (atividade mais popular), 27% envolvem-se em três ou mais atividades após deitar.
 
Os pesquisadores descobriram que os estudantes e crianças com acesso a um dispositivo eletrônico tinham 1,47 vezes mais chances de estar acima do peso, comparado com crianças sem aparelhos no quarto. Que aumentou para 2,57 vezes para as crianças com três dispositivos, com resultados semelhantes relatados entre crianças obesas.
 
Mais sono também levou a atividade física e melhores escolhas de dieta, os pesquisadores descobriram.
 
Co-autor Christina Fung observou que as crianças de hoje não estão dormindo tanto quanto as gerações anteriores, com dois terços não dormindo as horas recomendadas de sono por noite. Além de hábitos de vida saudáveis, uma noite de sono tem sido associada a melhores resultados acadêmicos, distúrbios de humor e menos outros resultados positivos para a saúde, disse ela.
 
"É importante ensinar as crianças em idade precoce a terem hábitos saudáveis."
 
A pesquisa foi publicada em setembro pela revista obesidade pediátrica, em uma libertação antecipada online. The REAL Kids Alberta evaluation was funded through a contract with Alberta Health. O REAL Crianças avaliação Alberta foi financiado através de um contrato com a Saúde de Alberta.
 

Amor Materno e Amor Paterno

Conforme citei no artigo anterior desta coluna, o amor materno é considerado, de forma inapropriada, como sendo um comportamento/sentimento típico de mulheres, que se manifesta de imediato quando elas são expostas a condições apropriadas de maternagem. Análises científicas indicam que o amor das mães por seus filhos desenvolve-se no processo de interação entre esses pares, sendo fortemente influenciado por aspectos culturais. Isto não quer dizer que não existam componentes característicos da espécie humana, os quais são transmitidos por herança genética, como pode ser observado em outras espécies animais.
 Por outro lado, o amor paterno é analisado com menor freqüência e, mesmo do ponto de vista poético, parece ocorrer somente quando o homem é seduzido ou cativado por seu filho. Para mostrar esse tipo de visão reproduzo, a seguir, um texto que recebi pela Internet, cujo autor é desconhecido, e que adaptei para adequar a tradução à maneira como falamos em nossa região.
Papai... Quanto me amas?
No dia em que nasceu a nossa filha, meu marido não ficou muito feliz porque a decepção que sentia parecia ser maior que a alegria de ter uma filha.
- Ah!!! Eu queria um filho homem!!!! Lamentava meu marido.
Mas, em poucos meses, ele deixou-se cativar pelo sorriso de nossa linda Carmenzita e pela infinita inocência de seu olhar fixo e penetrante. Foi então que ele começou a amá-la intensamente.
Seu rostinho, seu sorriso, sua ternura não o desprendiam mais dela. Ele fazia planos e mais planos. Tudo seria para nossa Carmenzita.
Numa tarde, estávamos reunidos em família, quando Carmenzita perguntou a ele:
- Pai, quando eu completar 15 anos, qual será meu presente?
Ele lhe respondeu:
- Meu amor, você tem apenas 7 aninhos, não parece que falta muito tempo para essa data?
Respondeu Carmenzita:
- Pai,... você sempre diz que o tempo passa voando!
Carmenzita já tinha 14 anos e preenchia de alegria nossa casa e, em especial, o coração de seu pai. Num domingo, quando fomos à igreja, Carmenzita tropeçou. Seu pai agarroua imediatamente para que ela não caísse. Já sentados, no banco da igreja, vimos Carmenzita desfalecendo lentamente e quase perder a consciência. Nós a levamos imediatamente para o hospital. Ela permaneceu internada por 10 dias, pois ela tinha uma enfermidade cardíaca grave. Os dias foram passando e o pai de Carmenzita renunciou ao seu trabalho para ficar ao lado da filha. Todavia, eu, sua mãe, decidi trabalhar, pois não suportava ver Carmenzita sofrendo tanto.
Numa manhã, ainda na cama, Carmenzita perguntou a seu pai:
-Papai, os médicos disseram a você que eu vou morrer?
Ele respondeu:
 
- Não meu amor... Você não vai morrer, Deus é grande. Ele não permitiria que eu perdesse o que mais tenho amado neste mundo.
Perguntou Carmenzita:
- Quando a gente morre vai para o céu? A gente pode ver, lá de cima, nossa família? Um dia, a gente pode voltar?
- Bem filha... Na verdade, ninguém voltou de lá e contou algo sobre isso. Porém, se eu morrer, não deixarei você só, onde eu estiver, encontrarei uma maneira de me comunicar e, em última instância, utilizarei o vento para lhe ver.
- O vento? E como você faria isso?
- Não tenho a menor idéia filhinha, só sei que se algum dia eu morrer, você sentirá que estou bem pertinho quando um suave vento roçar seu rosto e uma brisa fresca beijar a sua face.
Mais tarde, neste dia, fomos informados pelos médicos de que nossa Carmenzita necessitava de um transplante de coração, caso contrário, ela só teria mais 20 dias de vida.
- Um coração! Onde conseguir um coração? Um coração! Onde, Deus meu?
Neste mesmo mês, Carmenzita completaria seus 15 anos. E foi numa sexta-feira à tarde que conseguiram um doador. Ela foi operada e tudo saiu bem.
Carmenzita permaneceu no hospital por mais 2 semanas e em nenhuma vez, depois da cirurgia, seu pai foi visitá-la. Depois disso, os médicos lhe deram alta e ela foi para casa.
Ao chegar em casa, Carmenzita muito ansiosa gritou:
- Papai! Papai!... Onde você está?
Eu saí do quarto com os olhos molhados de lágrimas e disse-lhe:
- Aqui está uma carta seu pai deixou para você.
Na carta estava escrito:
Carmenzita, filhinha do meu coração, no momento em que você ler a minha carta, já terá completado 15 anos e terá um coração forte batendo em seu peito. Essa foi a promessa que me fizeram os médicos que te operaram. Você não pode imaginar, nem de longe, o quanto lamento não estar ao seu lado agora. Quando eu soube que você poderia morrer, decidi dar-lhe o presente mais bonito. Um presente que ninguém jamais daria a você...
Eu lhe dei toda a minha vida, sem nenhuma condição, para que faça com ela o que quiser. Viva filha! Amo você com todo meu coração!!
Carmenzita chorou por todo o dia e toda a noite. No dia seguinte, foi ao cemitério e sentou-se sobre a tumba de seu pai e chorou tanto, como ninguém poderia chorar.

E sussurrou:
Pai, agora posso compreender o quanto você me amava. Eu também o amava, mesmo que nunca tenha dito. Só agora compreendo a importância de dizer que o amo e peço-lhe perdão por não ter dito antes.
Neste instante, as copas das árvores balançaram suavemente, caíram algumas folhas e flores e uma suave brisa roçou a face de Carmenzita. Ela, então, olhou para o céu, enxugou as lágrimas de seu rosto, levantou-se e voltou para casa.
Este texto descreve uma situação do tipo em que a filhinha seduziu o pai com sua meiguice, apesar de ele ter-se decepcionado com o nascimento de uma menina. Este aspecto mostra que o amor paterno, assim como o materno, desenvolve-se na interação entre pais e filhos, e pode crescer tanto, a ponto do pai sacrificar a própria vida para que seu filho ou sua filha viva. Sacrificar-se a esse extremo pela sobrevivência dos filhos já aconteceu muitas vezes em situações extremas, mas devo salientar que o texto é uma ficção, pois não se pode doar um órgão vital, como o coração, em vida. Isto só pode ser feito quando um a pessoa tem morte cerebral, portanto, não pode ser uma opção pessoal.
Professora da Universidade Estadual de Londrina
Doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo

Trabalho e família dificultam novas amizades na vida adulta

Um dia a pessoa se percebe "velha" para novos amigos. Pode ocorrer aos 50 anos, aos 40, até aos 30: apesar da coleção de nomes no Facebook, ela não tem quem convidar para um cinema, a não ser o próprio parceiro/a.
 
Normal. Nada do que vem depois de colégio e faculdade reúne tantos fatores favoráveis ao início e à manutenção de amizades, a saber: proximidade, disponibilidade, interesse mútuo, confiança.
 
A vida adulta rouba disposição para conhecer gente nova. Prioridades mudam, festas dão lugar a jantares a dois. Saem viagens com "galera", entram passeios com filhos.
Outra evidente razão para o estreitamento do círculo após certa idade é a implicância que o parceiro costuma ter com os amigos do outro.
 
"Meu namorado não gosta de minhas amizades. Nem saímos com outros casais porque são da época do meu ex, o que deixa ele constrangido e enciumado", diz a psicóloga Letícia Almeida, 28.
 
A professora Giovana Breitschaft, que diz ter perdido a oportunidade de cultivar uma nova amizade por falta de tempo
Isadora Brant/Folhapress
A professora Giovana Breitschaft, que diz ter perdido a oportunidade de cultivar uma amizade por falta de tempo
 
O trabalho também não ajuda a criar laços. Em vez de buscar pontos em comum com colegas, a maioria precisa expor seus diferenciais, como ilustra o antropólogo Mauro Koury, professor da Universidade Federal da Paraíba: "É preciso concorrer com os outros e superá-los".
 
Para ele, que coordena o Grupo de Pesquisa em Antropologia e Sociologia das Emoções, a faixa etária considerada produtiva --especialmente de 30 a 45 anos-- sofre mais o efeito dessa disputa por reconhecimento.
 
Assim, é comum que profissionais abram mão de atitudes úteis para fazer amigos, como demonstrações de cumplicidade e fraqueza, porque valem menos que racionalidade no local de trabalho.
 
"Há uma ação ambígua entre o plano ideal de conquista do mundo profissional, que exige foco em si mesmo e trata o outro como possível usurpador do seu projeto, e, ao mesmo tempo, a necessidade de compartilhamento, afeto e amparo emocional", diz Koury, acrescentando que tal necessidade acaba sendo suprida em casa.
 
SAÚDE SOCIAL
As pessoas passam a vida no trabalho, então fazer amigos fora desse ambiente requer esforço. Não adianta fazer o percurso casa-trabalho, trabalho-casa e reclamar.
Para driblar a solidão que a família não preenche, especialistas recomendam aliar uma atividade de bem-estar com a procura por gente.
 
"Lazer e atividade física em grupo são as melhores formas de fazer amigos. São contextos propícios à ampliação do círculo social. Além da saúde social, a saúde física é envolvida", diz a psicóloga Luciana Karine de Souza, professora da UFMG e organizadora do livro "Amizade em Contexto: Desenvolvimento e Cultura", com Claudio Hutz.
 
Foi o que fizeram os integrantes de um grupo formado numa academia no Jardim da Saúde, em São Paulo.
 
O empresário Donizete dos Santos, 51, casado, conta que ali achou sua turma: "A amizade no trabalho nem sempre é como a gente quer, tem interesses envolvidos. Aqui na academia a amizade é desinteressada, leve, espontânea. Tenho alguém para conversar sempre que preciso".
 
O empresário Donizete dos Santos e a gerente Fanianne Lima, integrantes de grupo de "brothers" formado na academia
Lucas Lima/Folhapress
O empresário Donizete dos Santos e a gerente Fabianne Lima, "brothers" da academia
Fabienne Abud Lima, 38, gerente comercial, confirma: "Nos encontramos diariamente na academia, mas também organizamos almoços e saídas. A vida fica mais gostosa se você faz parte de um grupo. Às vezes estou cansada depois de um dia de trabalho, mas acabo saindo por causa deles", conta ela, que é casada e tem um filho de 13 anos, "mascote da turma".
 
A maior parte do grupo tem parceiro e filhos. Os cônjuges não implicam, segundo eles, e até os acompanham em reuniões fora da academia.
"Mudei de bairro, saí da zona sul para a oeste, mas fiz questão de continuar na mesma academia. Antes levava três minutos para chegar lá, agora levo 40, mas ainda vale a pena", explica Fabianne.
 
FIM DA LISTA
 
A falta de tempo também é uma razão (ou justificativa) para a atrofia das amizades na idade adulta A disposição para se dedicar a novos amigos desliza lá para o fim da lista de prioridades diárias.
 
A professora de línguas Giovana Breitschaft, 34, por exemplo, ficou com a sensação de ter desperdiçado uma amizade espontânea surgida na aula de dança e assume sua parcela de culpa.
 
"Rolou uma empatia forte, nós duas trocávamos coisas sobre nossas vidas. Nos encontros, obrigatórios por causa das aulas, a gente cultivava a amizade. Mas ela abandonou a dança e novos encontros passaram a depender de nós mesmas. Claro, foram ficando menos frequentes por preguiça ou inércia. Se tivéssemos nos conhecido dez anos antes, teríamos nos tornado grandes amigas."
 
DE INFÂNCIA
 
Manter amigos de infância pode ser tão complicado quanto fazer novos. Além da falta de tempo, há falta de assunto, bem mais grave.
 
"Amizades antigas tendem a se tornar intimidades antigas, já que tomamos caminhos muito diversos vida afora. É muito raro que os amigos de infância mantenham afinidades na vida adulta, mas intimidades antigas podem ser muito confortáveis, mesmo estando em um patamar abaixo da amizade", diz o psicanalista Francisco Daudt, colunista da Folha e autor de "O Amor Companheiro".
 
Na infância e na adolescência a camaradagem vem da cumplicidade e do acaso --cair na mesma turma, por exemplo. As amizades vão surgindo dentro de um número limitado de colegas. Ao longo dos anos, esse colegas dividem experiências que marcam suas vidas.
"Escola e faculdade são ambientes em que você pode conhecer longamente as pessoas. As afinidades são descobertas com o tempo e a aproximação e a intimidade maturam na hora devida", diz Daudt.
 
Amigos antigos, ou intimidades antigas, ao menos, têm a grande vantagem de se gostarem como são, defeitos e pontos fracos incluídos no kit. As pessoas se sentem mais livres para serem elas mesmas nesse tipo de vínculo, explica o psicanalista.
 
Já em novas aproximações o esforço precisa ser maior. "Adultos são mais seletivos. Fazer amizades exige energia para investir. É preciso segurar as próprias manias e fazer concessões em nome da nova relação, tolerando os defeitos do novo amigo", diz a psicóloga Luciana de Souza.
 
Fonte Folha