Trauma pode ser transmitido de avós para netos

Maior risco de ansiedade está relacionado a interação de fatores sociais e bioquímicos
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Eventos estressantes vivenciados na infância, como negligência ou abuso, deixam marcas e não raro se manifestam em problemas psíquicos na vida adulta. Agora, um estudo mostra que as sequelas podem extrapolar gerações: filhos e netos de pessoas que sofreram traumas tendem a ser mais ansiosos e vulneráveis ao estresse.

Os bioquímicos Larry Feig e Lorena Saavedra-Rodríguez, da Universidade Tufts, em Massachusetts, estimularam o estresse em ratos jovens, mudando-os seguidamente de gaiola ao longo de sete semanas. Quando os animais se tornaram adultos, os pesquisadores os submeteram a testes que avaliam a ansiedade social em roedores, como a frequência com que se aproximam e interagem com ratos desconhecidos. As fêmeas adultas apresentaram comportamentos mais ansiosos em comparação com animais do grupo de controle, mas os machos não. Entretanto, posteriormente, os filhotes dos ratos de ambos os sexos mostraram-se mais vulneráveis ao estresse que a média.

O interessante, segundo Feig e Lorena, é que os ratos machos do início do estudo transmitiram o comportamento para as fêmeas de sua terceira geração, as “netas”. “Estudos anteriores sugerem que as fêmeas têm maior risco de ansiedade, o que pode ser causado por uma interação de fatores sociais e bioquímicos”, diz Feig. Ele afirma, porém, que é cedo para estender os resultados a humanos. “Os ratos do estudo foram criados em gaiolas simples, com número limitado de influências ambientais. Humanos, claro, são sujeitos a uma variedade muito maior de estímulos e também têm a habilidade de desenvolver formas de enfrentamento”, acredita
 

Software ensina crianças a montar pratos saudáveis

Programa criado na Unesp ajuda a desenvolver alimentação saudável
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A incidência de sobrepeso aumentou 200% entre crianças brasileiras de 5 a 9 anos nos últimos 30 anos, Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sedentarismo e o consumo de alimentos industrializados são as causas mais imediatas, mas especialistas chamam a atenção para mudanças nas relações culturais com a comida: vários estudos apontam que a publicidade tem grande influência sobre as preferências alimentares infantis – cientistas da Universidade Corwell, por exemplo, descobriram que o cérebro dos pequenos reage fortemente quando eles veem imagens de logotipos de redes de fast food. Diante do crescimento dos índices de obesidade no mundo, têm surgido várias linhas de pesquisa em educação alimentar, que comprovam a importância de formar hábitos alimentares saudáveis desde cedo para prevenir problemas relacionados ao excesso de peso. Alunos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) criaram um jogo que ajuda as crianças a descobrirem o valor nutritivo dos alimentos. No software Lanche saudável, o usuário monta uma refeição a seu gosto e a submete a uma avaliação, que aponta o que falta e o que há de excesso no prato: http://sourceforge.net/projects/lanchesaudavel

Michelle Obama onvoca Ggaribaldo para luta contra obesidade infantil

Vídeos, que fazem parte da iniciativa da primeira-dama Let's Move!, mostram dicas sobre alimentação saudável e atividade física
 
Garibaldo está de volta à família Obama. Depois de ser usado pelo presidente Barack Obama durante a sua campanha presidencial de 2012 para satirizar o adversário republicano Mitt Romney, o personagem da Vila Sésamo agora está ao lado da primeira-dama americana em uma campanha que incentiva a boa alimentação e atividades físicas.
 
Em vídeos divulgados pelo Let’s Move! (Vamos nos mexer, em tradução livre), iniciativa de Michelle Obama destinada a combater a obesidade e a melhorar a alimentação infantil nos Estados Unidos, a primeira-dama e o personagem dão dicas de como fazer escolhas saudáveis na hora do lanche e incentivam exercícios físicos. Os anúncios foram gravados em um dos salões de evento e na própria cozinha da Casa Branca. "Comer de forma saudável é fácil, é divertido e é delicioso também", afirma Michelle em um dos anúncios.
Os vídeos serão distribuídos para 320 emissoras públicas como parte da campanha Let's Move!. Além disso, Michelle Obama iniciará uma turnê nacional na próxima semana para marcar o aniversário de três anos do programa.
 
Rivalidade — Embora pareça inocente e infantil, o uso desse personagem em uma campanha da Casa Branca pode ser interpretado como um último golpe de Obama contra Romney, depois que o personagem surgiu como uma piada durante a eleição presidencial do ano passado. Em outubro, o republicado disse em um debate que gostava de Garibaldo, mas se comprometeu a cortar um subsídio do governo para a rede de televisão pública onde ele aparece como parte dos esforços para cortar o déficit do país.
 
A equipe de Barack Obama aproveitou a repercussão da “demissão” de Garibaldo nas redes sociais e lançou uma peça publicitária satirizando a fala de Roomney, dizendo que, para ele, a preocupação do país não deve ser com Bernard Madoff e Wall Street — em referência à atual crise econômica —, mas sim, Garibaldo e a Vila Sésamo.
 
Fonte: Veja

Como ajudar uma criança a superar a TIMIDEZ?

 
Muitas vezes os adultos acreditam que para ajudar uma criança a superar sua timidez precisam forçá-la a enfrentar as situações das quais se esquivam. No entanto, isto não é benéfico, pois crianças excessivamente tímidas tendem a evitar cada vez mais situações de interação (brincar, conversar, dizer oi, tchau, obrigada) quando são expostas a elas de maneira forçada.
Uma alternativa mais eficaz é ensinar alguns comportamentos desejados (se apresentar, falar sobre si, fazer perguntas e solicitações, agradecer, elogiar, convidar para brincar, entre outras) por meio de brincadeiras. Os pais podem iniciar dando o modelo, ou seja, se comportando da maneira que espera que a criança faça e depois podem trocar de papel, dando oportunidade para que a criança treine aquilo que aprendeu. Quando os pais já propiciaram as situações para a criança aprender e treinar os novos comportamentos, podem expor gradualmente a criança a situações em que tenha que interagir com outras pessoas no seu cotidiano.

Em uma situação em que a criança precise fazer um pedido ou pergunta a alguém, por exemplo, os pais poderiam fazer esta pergunta ou pedido para dar modelo de como isto pode ser feito. Em uma situação similar pode treinar com o filho como a pergunta pode ser feita e na próxima oportunidade deixar que o filho mesmo faça a pergunta.

É necessário que além de propiciar condições para que a criança se comporte da maneira esperada, os pais valorizem os acertos e as tentativas da criança. Do contrário, se a criança se esforça e verifica que não é valorizada tende a evitar ainda mais estes comportamentos.

Casos os pais também tenham dificuldade de se relacionar com outras pessoas e, portanto, restrições para auxiliar os filhos a superarem a timidez, podem procurar a ajuda de um psicólogo que os auxiliará nesta tarefa.

Por Annie Wielewicki
Fonte: Instituto Innove

 

Soltos no mundo virtual

 
No último dia cinco deste mês foi comemorado o Dia da Internet Segura. Li muitas reportagens e artigos a respeito das mais variadas ações que ocorreram em outros países para alertar sobre a importância do uso consciente, crítico e seguro da internet. Percebi que a maioria das escolas aderiu à reflexão promovida pela data.
 
E em nosso país, como essa questão caminha? Mal, muito mal. No ano passado, tomei conhecimento de muitos casos que envolviam alunos, internet e ofensas pessoais sérias. Alguns deles terminaram com advogados e polícia envolvidos.
 
De um modo geral, temos ignorado essa questão. De quando em quando, campanhas ocorrem alertando a população sobre a pornografia infantil no espaço virtual, cartilhas com regras de segurança são distribuídas, novelas dramatizam situações que envolvem os mais novos e os perigos da internet. E só.
 
Entretanto, sabemos que o uso seguro e consciente desse instrumento, que pode ser tão valioso, depende de um processo: o educativo. E processo não ocorre de modo sazonal, não é verdade? A educação para o melhor uso da internet deve começar em casa e seguir para a escola.
 
O que cabe aos pais nessa questão? Primeiramente, não acreditar que seus filhos, que são da geração que já nasceu com a internet, só por esse motivo sabem como se comportar no espaço virtual.
 
É interessante saber que essa tendência existe. Tenho conversado com muitos pais e quase todos afirmam que os filhos sabem se virar melhor na internet do que eles próprios. E você, leitor, pensa que eles se referem a filhos grandes? Os filhos têm menos de dez anos! E são devidamente equipados com celulares, tablets e tudo mais. Usam muito a internet, muitas vezes a pedido dos professores que solicitam "pesquisas" como trabalho de casa.
 
Crianças e adolescentes podem saber se virar mais com a tecnologia para acessar e navegar na internet, ter mais agilidade para descobrir o que querem, mas eles não têm ideia do contexto da rede. Os pais têm. Ou deveriam ter. E o grande risco de pensarem que os filhos sabem de tudo é o de não acompanhar, não ensinar, não transmitir os valores familiares e as normas de convivência adotadas, seja no mundo real, seja no virtual.
 
Mas o trabalho dos pais não é suficiente: é na escola que os mais jovens podem aprender muito sobre o melhor uso da rede. Mas, para isso, precisariam ter espaço para falar o que pensam, receber informações críticas, aprender a usar coletivamente a internet e a refletir sobre os usos e abusos que acontecem no mundo virtual.
 
E, como disse anteriormente, essa aprendizagem só poderá ocorrer se for realizado um trabalho educativo regular. Assim como há aulas semanais de todas as disciplinas, também deveria ser semanal a experiência do uso da rede tutelada e conduzida pelos professores.
 
O ano letivo mal começou, por isso ainda há tempo de as escolas programarem um trabalho nesse sentido. Ele é urgentemente necessário.
 
E você, caro leitor, já perguntou aos responsáveis pela escola que seu filho frequenta qual o projeto pedagógico dela para o uso da internet pelos alunos? Já usou um período do tempo que passa com seu filho para saber o que ele pensa a respeito da rede? Esse já é um bom começo de conversa sobre o assunto.
 
Fonte: Folha

Enxaqueca em crianças

Entrevista com a Dra. Thaís Rodrigues Villa sobre enxaqueca em crianças brasileiras e o risco de distúrbios de ansiedade, depressão e déficit de atenção.


Meus filhos, meus bens

 
Uma leitora me contou que tem o hábito de assistir a novelas, mesmo sem gostar muito, porque as considera um passatempo bom para relaxar do estresse do trabalho.
 
Depois de jantar com o filho de seis anos e colocá-lo para dormir, essa mãe tem o costume de sentar-se em frente à TV e acompanhar o desenrolar das tramas da novela das nove. As cenas da ficção que a afetaram violentamente foram as relacionadas à história de um casal recém-separado que briga pela guarda da filha.
 
O que deixou nossa leitora muito perturbada foi ter se dado conta de que ela mesma tem vivido essa história e ainda não havia percebido: só percebeu depois de se envolver e de se identificar com os personagens.
 
Essa mulher separou-se recentemente do pai de seu filho e, desde o rompimento do casamento, está enfrentando uma situação muito semelhante à que viu na novela. Ela e o pai do menino têm brigado, inclusive na Justiça, para obter a guarda do menino e, ao mesmo tempo, impedir que o outro desfrute da companhia da criança.
 
O que ela não havia pensado até então, e foi ao assistir a algumas cenas da novela é que passou a refletir a respeito, é que tudo o que tem feito pode estar prejudicando o seu filho. E é esse o tema de nossa conversa de hoje.
 
Casamentos, divórcios e recasamentos são acontecimentos cada vez mais comuns no tempo em que vivemos. No século 21, esses fatos não causam espanto. As novas famílias resultantes dessas uniões e desuniões fazem parte do nosso cotidiano.
 
Mas há ainda um número muito grande de ex-casais que, à semelhança de nossa leitora e dos personagens da novela, ainda usam o filho como um instrumento para atingir o ex-parceiro. Por que será que isso ocorre?
 
Talvez o fato de o filho, hoje, ser considerado um bem leve o ex-casal a disputar a posse dele. Crianças e adolescentes passam, então, a ocupar o mesmo lugar que as coisas materiais ocupam após a dissolução conturbada de um casamento.
 
Longas batalhas judiciais são travadas para que cada uma das partes sinta que não saiu perdendo muito após o rompimento, não é verdade?
 
Mas os filhos sofrem com isso porque, primeiramente, nada podem fazer para sair da situação criada por seus pais. E quando tal situação ocorre, certamente eles é que saem perdendo.
 
Eles perdem a confiança em um dos pais ou em ambos e perdem também a segurança e a proteção de que tanto precisam. Os filhos são levados a assumir a defesa de um dos lados e perdem, principalmente, um direito que ninguém deveria poder tirar deles: o de crescer em companhia de seus pais, mesmo que eles não estejam mais juntos.
 
Quem tem filhos precisa saber que assumiu um compromisso para o resto da vida. Seu casamento pode terminar, mas o vínculo com a mãe ou o pai de seus filhos não deveria terminar nunca. Além disso, é importante lembrar, também, que um filho não é um bem sobre o qual se pode obter a posse.
 
Parece que as crianças que nascem no mundo da diversidade têm se adaptado muito bem às mudanças pelas quais a família vem passando. Mas assistir aos pais brigando pela sua guarda não pode fazer bem a elas.
 
Os mais novos precisam de nossos cuidados e, para honrar esse compromisso assumido, os pais precisam, de qualquer maneira, agir com maturidade.
 
Fonte: Folha

Excesso de televisão na infância pode levar a comportamento agressivo e antissocial


Segundo pesquisa, crianças que passam muitas horas em frente à televisão são mais propensas a apresentar problemas de personalidade quando adultas
 
De acordo com pesquisadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, crianças que passam muito tempo em frente à televisão sentem mais emoções negativas e tendem a apresentar uma personalidade agressiva e antissocial ao longo da vida. Em um novo estudo, esses especialistas também descobriram que quanto mais horas os jovens assistem televisão, maior a chance de eles serem condenados pela justiça por algum motivo. Essas conclusões foram publicadas nesta segunda-feira na revista Pediatrics.
 
Para realizar essa pesquisa, os autores selecionaram 1.037 indivíduos nascidos em 1972 ou 1973 que foram acompanhados até completarem 26 anos. Durante esse período, eles relataram quanto tempo passavam em frente à televisão e tiveram suas características de comportamento e personalidade analisadas. A partir desses dados, a equipe estudou a associação entre quantas horas o indivíduo costumava passar assistindo televisão quando tinha entre cinco e 15 anos de idade e problemas de comportamento, personalidade agressiva e distúrbios psicológicos na idade adulta.
 
Segundo os resultados, os participantes que gastaram mais tempo na infância assistindo televisão, em comparação com aqueles que menos horas passavam em frente ao aparelho quando crianças, foram significativamente mais propensos a receber um diagnóstico de transtorno da personalidade antissocial (também chamada de psicopática ou sociopática). Além disso, a pesquisa concluiu que cada hora a mais na média de tempo em que uma criança assiste televisão em um dia comum, o risco de ela receber alguma condenação penal ao longo da vida aumenta em 30%. Essas conclusões não têm relação com fatores como nível socioeconômico ou características da família, afirmam os autores.
 
De acordo com Lindsay Robertson, uma das autoras do estudo, os participantes da pesquisa não apresentavam comportamentos antissociais quando crianças – ou seja, não recorreram à televisão porque já tinham uma personalidade antissocial. “Pelo contrário. Foi o excesso de televisão que desencadeou esse comportamento nas crianças”, diz. “Nossos resultados sugerem que a redução do tempo de televisão pode de alguma forma contribuir para a diminuição das taxas de comportamento antissocial na sociedade", afirma Robert Hancox, outro autor da pesquisa.
 
Hábito prejudicial – Esse não é o primeiro estudo a apontar para danos causados pelo excesso de tempo em que passamos em frente à televisão. Pesquisas recentes concluíram que o hábito pode, entre outras coisas, piorar a alimentação, o aprendizado e o desempenho das crianças em atividades físicas, além de levar à obesidade infantil. A Academia Americana de Pediatria recomenda que as crianças não devem passar mais do que duas horas por dia em frente à televisão.
 
Fonte: Veja

 

Níveis de atividade física, e não de sedentarismo, indicam risco de obesidade entre crianças

Novo estudo mostrou que jovens que se exercitam mais tendem a apresentar um peso menor - e que isso não muda com a quantidade de tempo em que passam no sofá em frente à televisão
 
Obesidade infantil: Para reduzir o risco do problema, o melhor é aumentar a
prática de atividade física entre as crianças (Thinkstock)
Algumas pesquisas já mostraram que muito tempo de sedentarismo pode provocar excesso de peso e aumentar o risco de doenças cardiovasculares, independentemente da prática de atividade física. No entanto, o mesmo não vale para as crianças, segundo um novo estudo americano. Para elas, o maior fator de risco para a obesidade é a falta de exercícios físicos, e não o tempo em que passam sentadas em frente à televisão. Ou seja, quanto mais atividade física um jovem pratica, menos gordura corporal ele irá acumular, não importa quantas horas ele passe em frente à televisão. Essas conclusões foram publicadas na edição desta semana do periódico The Journal of Pediatrics.
 
Segundo a coordenadora da pesquisa, Soyang Kwon, pediatra da Universidade Northwestern, em Chicago, uma possível explicação para essa diferença entre adultos e crianças está no fato de que os mais jovens são, em geral, mais ativos do que pessoas mais velhas. Kwon ressalta que isso não quer dizer que o estudo apoie o sedentarismo entre crianças. “Nossa pesquisa suporta as diretrizes atuais para a prática de atividade física”, diz. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos recomenda que crianças e adolescentes realizem atividades da mesma intensidade de uma caminhada rápida (cerca de 5,5 quilômetros por hora) durante uma hora todos os dias.
 
As conclusões desse novo estudo se basearam nos dados de 277 meninos e 277 meninas de oito a 15 anos de idade que foram acompanhados ao longo de nove anos. Durante esse período, esses jovens tiveram sua composição corporal, teor de gordura e densidade óssea medidos. Além disso, eles usaram, em dias específicos, um acelerômetro, aparelho que mede o movimento do corpo e a intensidade das atividades.
 
Fator determinante — A partir desses dados, os pesquisadores observaram, por exemplo, que meninos de 13 anos que realizavam a mesma quantidade de atividade física diária tinham, no geral, teor de gordura corporal idêntico mesmo se passassem mais, menos ou o equivalente a seis horas e meia do dia sentados. Essa relação valeu mesmo entre aqueles que praticavam as menores quantidades de exercícios ao dia.
 
No entanto, os meninos que se exercitavam durante menos tempo e com a menor intensidade pesavam, em média, cinco quilos a mais do que os que praticavam atividades físicas mais intensas e por mais tempo, independentemente das horas em que passavam sentados. Entre as meninas, essa diferença de peso foi de três quilos entre as que realizavam mais e menos atividades físicas. Essa relação foi encontrada em todas as faixas etárias.
 
Perigo nas telas — As conclusões dessa pesquisa não devem, contudo, incentivar os pais a permitirem que seus filhos dediquem muitas horas do dia ao sofá e à televisão. Isso porque o hábito já foi associado a uma série de riscos à saúde, como depressão, maus hábitos alimentares e problemas psicológicos e de aprendizado. Além disso, pode desestimular uma criança a sair do sofá e realizar outras atividades, como brincadeiras que exijam movimento ou então algum esporte — elevando, portanto, o risco de excesso de peso.
 
Fonte: Veja

EUA: 1/3 das adolescentes já se encontrou com alguém que conheceu na web

Adolescentes maltratadas estavam mais propensas que outras garotas a apresentar-se online de forma sexualmente provocativa
 
Meninas que se apresentam provocativamente têm mais chance de serem alvos
 de conversas de cunho sexual na internet (Thinkstock)
Um estudo publicado na edição desta semana do periódico Pediatrics mostra que três em cada dez garotas entre 14 e 17 anos afirmam que já se encontraram com pessoas que conheceram online e que cuja identidade não havia sido confirmada previamente. A pesquisa mostra ainda os riscos que as adolescentes enfrentam na internet, principalmente aquelas que já foram vítimas de maus tratos, ou de abandono, ou apresentam problemas comportamentais ou baixa capacidade cognitiva.
 
De acordo com Jennie Noll, uma das autoras do estudo e psicóloga do Centro Médico do Hospital Infantil Cincinnati, nos Estados Unidos, esses encontros podem não ter trazido mal algum, mas não deixam de ser perigosos para meninas. "Além disso, adolescentes maltratadas ou abandonadas estavam mais propensas que outras garotas a apresentar-se online de forma sexualmente provocativa", relatou. Jennie é diretora de medicina comportamental e psicologia clínica no Hospital Infantil Cincinnati.
 
O estudo foi realizado com 251 adolescentes do sexo feminino, das quais cerca de metade já havia sido vítima de maus tratos ou abandono, e durou de 12 a 16 meses, com o objetivo de observar o impacto dos comportamentos na internet nos subsequentes encontros marcados fora dela. "Se uma pessoa na internet está procurando uma adolescente vulnerável para começar uma conversa de cunho sexual, tal pessoa irá procurar alguém que se apresenta provocativamente", disse Jennie.
 
Comportamentos de alto risco na internet incluem busca intencional por conteúdo adulto, autoapresentações provocativas em redes sociais e recebimento de chamados sexuais online. Por outro lado, segundo Jennie, uma "criação de alta qualidade" e o monitoramento dos pais ajudaram a reduzir a associação entre fatores de risco e esses comportamentos online, coisa que softwares com filtros que controlam a internet não têm capacidade de fazer sozinhos.
 
A partir dos resultados obtidos, a equipe chegou à conclusão de que modalidades de tratamento para adolescentes maltratadas devem ser ampliadas para incluir informações sobre segurança na internet. Tanto os pais como as adolescentes precisam estar cientes de que a autoapresentações online e outros comportamentos na internet podem aumentar a vulnerabilidade da pessoa.
 
O estudo faz parte de um trabalho maior da pesquisadora sobre comportamentos de alto risco na internet e foi financiado pelo National Institutes of Health. O trabalho deve prosseguir ainda por um período de cinco anos, com 3,7 milhões de dólares do governo federal para obter mais dados sobre esse tipo de comportamento na internet.
 
Fonte: Veja

Tratamento para TDAH desacelera o crescimento na puberdade, diz estudo

 
O ganho de peso e o aumento da altura de jovens que fizeram uso de medicamentos estimulantes parecem ser menores do que os de adolescentes da mesma idade que não tomaram os remédios
 
Um estudo realizado na Universidade de Sydney, na Austrália, descobriu que o tratamento prolongado com remédios contra o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) pode diminuir a taxa de crescimento de adolescentes durante a puberdade. No entanto, segundo os autores, isso não significa que os adolescentes não conseguirão alcançar tamanho e peso normais na idade adulta. Os resultados foram publicados nesta semana no periódico The Medical Journal of Australia.
 
A equipe de pesquisadores, coordenada por Alison Poulton, se baseou nos dados de 65 jovens de 12 a 15 anos da idade que já haviam sido submetidos ao tratamento contra TDAH com medicamentos estimulantes durante uma média de 6,3 anos. Os pesquisadores também levaram em consideração as informações de outros 174 adolescentes que nunca haviam feito uso desse tipo de remédio.
 
De acordo com o estudo, a média da taxa de desenvolvimento físico (altura e peso) dos jovens antes de uma parte deles iniciar o tratamento contra TDAH não apresentou diferenças. No entanto, a pesquisa concluiu que adolescentes de 12 a 13 anos que fizeram o uso dos medicamentos estimulantes por mais de três anos cresceram três centímetros menos do que a média para essa fase da vida. Além disso, os participantes de 14 a 15 anos cresceram menos e ganharam menos peso do que a média para a faixa etária.
 
Para Alison, os médicos deveriam tomar cuidado com a dose dos remédios na hora de receitar um tratamento a um jovem com TDAH para evitar ao máximo um efeito negativo no desenvolvimento juvenil. A pesquisadora reforça ainda que, embora o crescimento dos adolescentes tratados contra o transtorno possa ser menor na puberdade, outros estudos já mostraram que esses indivíduos são capazes de atingir peso e altura semelhantes a de seus pais e irmãos na idade adulta.
 
Fonte: Veja

EUA: novos casos de TDAH cresceram 24% em dez anos

Estudo feito com mais de 800.000 crianças é mais um que indica o aumento do número de crianças que vêm sendo diagnosticadas com o transtorno
 
 
Um estudo feito com mais de 800.000 crianças americanas mostrou que, entre 2001 e 2010, o número de novos casos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) registrados nos Estados Unidos aumentou 24%. A pesquisa, publicada nesta segunda-feira na revista JAMA Pediatrics, acrescenta evidências consistentes para levantamentos anteriores que já haviam indicado esse quadro. Um trabalho divulgado no ano passado, por exemplo, concluiu que a quantidade de crianças diagnosticadas com o problema aumentou 66% em dez anos no país.
 
O novo estudo, desenvolvido por pesquisadores da Kaiser Permanente, uma organização sem fins lucrativos, se baseou nos registros médicos de 824.830 crianças de cinco a 11 anos da Califórnia. As informações selecionadas pela pesquisa foram recolhidas entre 2001 e 2011.
 
Meninos - De acordo com a pesquisa, entre todas as crianças que participaram do estudo, 5% haviam recebido o diagnóstico de TDAH em algum momento da vida. Além disso, 2,5% dos jovens com o transtorno foram diagnosticados em 2001 e, em 2010, essa taxa subiu para 3,1% — um aumento de 24% no número de novos casos. O estudo ainda mostrou que o diagnóstico de TDAH é três vezes mais comum entre meninos do que entre meninas.
 
Os autores do estudo não souberam definir quais fatores levaram a esse aumento, mas acreditam que um deles possa ser o fato de que pais e médicos estão mais conscientes da condição, além de também estarem mais ansiosos para que o problema de uma criança seja diagnosticado. O aumento do acesso à saúde da população também pode ajudar a explicar esse dado. No entanto, os profissionais devem ficar atentos ao excesso de diagnóstico, afirmam os pesquisadores.
 
Fonte: Veja

Cresce 75% uso de droga para hiperatividade no Brasil

Estudo da Anvisa afirma que número aumentou entre crianças de seis a 16 anos
 
Um levantamento feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostrou que o consumo do medicamento metilfenidato, usado para o tratamento de hiperatividade, cresceu 75% de 2009 a 2011 por crianças com idades entre seis a 16 anos. A pesquisa teve como base os dados do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) e mostra ainda que, entre a população de 16 a 59 anos, o crescimento do consumo do remédio foi de 27,4% - apesar de mais baixo, também é considerado um aumento expressivo.

O estudo indica uma estreita relação entre o padrão de uso do metilfenidato e as atividades escolares. A prescrição cai durante as férias e é significativamente maior no segundo semestre. Em 2011, por exemplo, o consumo médio brasileiro no primeiro semestre foi de 19,7 caixas para cada mil crianças. Entre agosto e dezembro, a média subiu para 26,6 caixas por mil.

Membros da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil (Abenepi) afirmam que os números podem ter aumentado por conta de uma melhora no diagnóstico desse tipo de doença. Por outro lado, a droga pode estar sendo usada de forma inadequada por jovens em busca de melhor rendimento em concursos públicos ou vestibulares.

O metilfenidato é vendido no Brasil com três nomes comerciais diferentes. Em 2009 foram prescritas 557.588 caixas do remédio. Em 2011, o número saltou para 1.212.855. Apenas oito estados brasileiros registraram queda na prescrição: Acre, Pará, Tocantins, Alagoas, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Já o Distrito Federal registrou o maior consumo do produto em 2011: foram 114,59 caixas a cada mil habitantes, enquanto em 2009 a média era de 59,42.

O trabalho demonstrou, porém, que alguns profissionais prescreveram uma quantidade do medicamento bem acima da média dos colegas.Os pesquisadores afirmam que os dados da pesquisa foram repassados para vigilâncias estaduais, a fim de identificar indícios de abuso da substância.

Veja como melhorar a vida de um filho com TDAH
Mais notado em crianças, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, também conhecido como
TDAH, causa uma série de complicações no aprendizado e no convívio com outras pessoas. "Esse transtorno é uma condição grave que se caracteriza por um padrão crônico de desatenção, hiperatividade e impulsividade, podendo afetar seriamente a qualidade de vida", afirma a psicoterapeuta Evelyn Vinocur, especialista do Minha Vida e membro da Associação Brasileira de Déficit de Atenção. Caso seu filho seja diagnosticado com TDAH, o melhor é seguir com o acompanhamento médico e o tratamento medicamentoso indicado. No entanto, Evelyn Vinocour afirma que é possível tornar a rotina da criança mais fácil seguindo essas dicas simples:
 
1- Quando estabelecer regras, faça de modo simples e específico. De preferência, escreva as regras em pequenos adesivos em locais de fácil visão para o seu filho. Além disso, é importante dar um feedback com frequência, para que seu filho saiba como está seu comportamento e se está agindo de forma adequada. "Nas horas de impor disciplina, não fale muito nem faça rodeios: responda com clareza e ação apropriada", diz a psicoterapeuta Evelyn.
2- Recompensas objetivas e que façam sentido geralmente funcionarão melhor para o seu filho - mas tome cuidado com os excessos. Algumas situações como terminar a lição de casa ou guardar os brinquedos depois do momento de lazer podem ser recompensadas de alguma forma.
3- Ajude seu filho a mudar de modo suave e gradativo, planejando com antecedência as atividades que virão posteriormente. Isso ajuda a manter o ritmo e prender sua atenção, já que ele sempre estará preparado para a atividade que vem a seguir.
4- Mantenha o senso de humor e seja paciente: com humor, você terá condições de evitar conflitos. "Entenda que a criança nem sempre compreenderá de primeira e que muitas vezes terá dificuldade para encarar ou realizar determinadas tarefas", afirma a psicoterapeuta Evelyn. Ao encarar isso com bom humor e de maneira calma, o ambiente se torna menos conflitante e mais propício ao aprendizado correto.
 
5- Fique atento a todas as oportunidades para elogiar e faça reforços positivos sempre que seu filho fizer algo corretamente. "No entanto, tenha cuidado para não exagerar na comemoração em acertos menores, pois ele irá perceber e pode pensar que é uma felicidade forçada", diz a psicoterapeuta Evelyn.
6- Tenha sempre em mente que você está lidando com uma condição médica e que seu filho não tem uma falha de caráter. "Espere que a criança tenha dias bons e dias ruins e encare isso como momentos pelos quais vocês devem passar", completa a psicoterapeuta Evelyn.
 
7- Lembre-se que culpar o seu filho, seu cônjuge ou você mesmo não irá ajuda em nada. "Todos vocês estão juntos, no mesmo barco, e fazendo o melhor que podem", diz Evelyn Vinocur
Fonte: MSN

Adolescentes e jovens com problemas de saúde mental consomem mais álcool, cigarros e maconha

Estudo australiano mostrou que uma a cada dez pessoas de 12 a 30 anos inscritas em programas de saúde mental fazia uso de ao menos uma das três substâncias semanalmente
 
 
 
Um a cada dez adolescentes e jovens com problemas de saúde mental consome álcool, fuma ou usa maconha com frequência semanal, indica um estudo australiano publicado online nesta segunda-feira no periódico British Medicine Journal Open. Além disso, 7% dos participantes da pesquisa relataram fazer uso das três substâncias.
 
O estudo foi realizado com dados de 2.122 pessoas de 12 a 30 anos de idade, inscritos em um programa de saúde mental governamental em Sydney, denominado headspace. Os resultados mostraram que a idade média em que o consumo das substâncias analisadas tinha início foi de 15 anos, e o uso tendia a aumentar com a idade.
 
Uma a cada oito pessoas (12%) entre 12 e 17 anos consumia álcool pelo menos uma vez por semana, assim como 39% das pessoas de 18 a 19 anos e quase metade daqueles entre 20 e 30.
 
Quanto ao consumo de maconha, 7% dos mais jovens afirmaram utilizar a substância no mínimo uma vez por semana, enquanto as outras duas faixas etárias apresentaram índices de 14% e 18%, respectivamente.
 
Aproximadamente um a cada quatro participantes entre 12 e 17 anos admitiu fumar cigarros diariamente, assim como 36% do grupo intermediário e 41% das pessoas de 20 a 30 anos.
 
Frequência - De acordo com os autores, pacientes com problemas de saúde mental tendem a fazer uso de tais substâncias com frequência maior do que a população geral. O grupo mais jovem (12 a 17 anos) que participou do estudo era duas vezes mais propenso a ingerir álcool semanalmente, assim como o uso diário de nicotina dentre todos os participantes do estudo era também duas vezes maior em comparação com o grupo de mesma idade da população geral. Quanto ao uso de maconha, os dois grupos mais velhos do estudo (18 a 19 e 20 a 30 anos) tinham chance 1,5 maior de fazer uso da substância.
 
Para os autores, esses padrões de uso de substâncias, em conjunto com problemas de saúde mental, podem aumentar o risco de um desenvolvimento físico ou mental prejudicado. Eles sugerem que os serviços de atendimento voltados para doenças mentais e para abuso de substâncias funcionem de fora integrada, em vez de continuarem com abordagens paralelas e independentes.
 
Opinião do especialista
Ivan Mario Braun
Psiquiatra do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

"O estudo chama a atenção para o fato de que pacientes jovens que procuram atendimento psiquiátrico têm uma frequência grande de associação entre o uso de drogas e seus outros problemas mentais, o que sugere a importância de que os serviços de saúde tenham condições de tratar simultaneamente os vários tipos de transtornos.

"É importante notar que o estudo não determina se o problema psiquiátrico é consequência ou causa do uso de drogas, ele apenas correlaciona as duas questões. Para determinar qual é a causa e qual é o efeito, geralmente são necessários estudos mais prolongados, que observem pessoas que não apresentem, ainda, os dois diagnósticos (uso de drogas e outros problemas psiquiátricos), simultanemente. Observando quais pessoas vão apresentar, ao longo dos anos, ambos os diagnósticos, seria possível ter uma idéia do que veio antes, 'o ovo ou a galinha'.

"Outros estudos sugerem que ocorre tanto uma coisa quanto outra: pessoas que usam drogas têm maior probabilidade de desenvolver outros problemas mentais e pessoas que já têm problemas mentais tem uma probabilidade maior de passar a usar drogas".

Fonte: Veja

"Curtir" Trabalho dos Filhos vira Tarefa de Pais

 
Mãe de três filhos, Angela Allyn não costuma entrar no Facebook para publicar fotos. Ela prefere promover os trabalhos que seu filho Alec faz para cobrir os custos com o ciclismo, um de seus hobbies.
 
"Garoto adolescente disponível para trabalho duro, cuidar de crianças e serviços de limpeza. Me escrevam se estiverem interessados", é um comentário frequente dela.
 
Os Allyns são um exemplo do encontro entre a crescente economia informal de adolescentes americanos e pais proativos com uma vasta rede social de contatos
 
Com a crise na economia dos Estados Unidos, os adolescentes viram suas oportunidades mais frequentes (como trabalhos em lojas ou lanchonetes) sendo ocupadas por pessoas mais velhas e altamente qualificadas e acabam recorrendo a bicos.
 
E muitos pais aproveitam o Facebook, o LinkedIn e as salas de chat para divulgar as habilidades dos rebentos.
 
"Você se torna uma cafetina do próprio filho", brincou April Rudin, jornalista de Nova Jersey que tem promovido as diversas habilidades dos dois filhos, de limpar neve na calçada a ajudar em apresentações em Powerpoint.
 
Recorrer às ligações nas redes sociais é a estratégia ideal para aumentar o potencial de contato de trabalho desses sites, já que os adolescentes "vivem lá", afirma Nimish Thakkar, especialista em orientação profissional.
 
Segundo ele, muitos dos seus clientes estão usando as redes sociais para ajudar os filhos na busca por trabalho.
 
EXAGERO
 
sse auxílio, no entanto, gera algumas dúvidas sobre o quanto os pais devem ajudar sem exagerar no envolvimento e como proteger a segurança on-line dos filhos ao mesmo tempo em que divulgam suas atividades.Angela Allyn diz que divulga os trabalhos de Alec, 15, porque os contatos do filho nas redes sociais são, na maioria, gente da mesma idade, o que reduz as possibilidades de achar interessados
 
De acordo com ela, Alec não montou um site porque poderia ocorrer um aumento na demanda pelos serviços em momentos em que ele está sobrecarregado com os trabalhos da escola e as atividades extracurriculares.Angela diz ainda que os dois pesquisaram sobre os preços dos serviços, mas que cabe ao filho negociar.
 
"Eu não entro nas negociações."
 
"Uma coisa é ajudar as crianças a construir pontes, outra é ajudá-los a atravessá-las", afirma o psicólogo Michael Woodward.
 
Mas nem sempre as coisas funcionam assim. Rudin, jornalista, usou sua rede on-line para negociar os serviços dos filhos sem combinar com eles antes.
 
Ela prometeu que um deles limparia a neve na entrada da garagem da casa de um vizinho.
Quando o filho não apareceu, coube a ela a posição desconfortável de ter que se desculpar
 
Fonte: Folha

'Criação moderna' das crianças pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro

Washington, 7 jan (EFE).- As práticas sociais e as crenças culturais modernas impedem o desenvolvimento mental e emocional das crianças, segundo um conjunto de pesquisas interdisciplinares divulgado nesta segunda-feira pela Universidade Notre Dame (Indiana, EUA).
'O estilo de vida dos jovens nos Estados Unidos segue piorando, especialmente se comparado com o de cinquenta anos atrás', indicou em um simpósio Darcia Narváez, professora de psicologia que é especializada no desenvolvimento moral das crianças e na forma como as experiências podem influenciar no desenvolvimento do cérebro.
'Algumas práticas e crenças equivocadas tornaram-se comuns de nossa cultura como, por exemplo, o uso de 'fórmulas' infantis para a alimentação dos bebês, o isolamento das crianças em seus próprios dormitórios, ou a crença em que, se responder rápido às queixas do bebê, ele fica mal acostumado', disse Narváez.
A nova pesquisa vincula certas práticas da criação precoces - que são comuns nas sociedades de caçadores e coletores - com resultados emocionais saudáveis e específicos na idade adulta.
'A amamentação dos bebês, a resposta quando choram, o contato físico quase constante e o que vários adultos que se ocupam da criação fazem são algumas das práticas de criação ancestrais que demonstraram impacto positivo no desenvolvimento do cérebro, que não molda somente a personalidade, mas ajuda, além disso, na saúde física e no desenvolvimento moral', disse Narváez.
Os estudos, acrescentou, mostram que a resposta às necessidades da criança, sem deixá-la que 'se canse de chorar', influencia no desenvolvimento da consciência, e que o contato físico positivo afeta a reação ao estresse, o controle dos impulsos e a empatia.
Do mesmo modo, segundo esta investigadora, o brincadeira livre em um ambiente natural influencia nas capacidades sociais e como lida com agressões, e quando há um grupo de pessoas que oferecem cuidado, além da mãe, melhora o quociente intelectual.
Narváez afirmou que os Estados Unidos foram no sentido contrário em todos estes aspectos de cuidados infantis.
Em lugar de estar brincando, as crianças permanecem mais tempo em seus carrinhos, assentos para o automóvel e outros aparatos. Só ao redor de 15% das mães amamentam seus bebês e as que fazem não vão além de 12 meses; as famílias estão fragmentadas e diminuiu o tempo de pais e mães que permitem que seus filhos brinquem.
Narváez afirmou que outros membros das famílias e os professores podem ter um impacto benéfico quando a criança se sente segura em sua presença.
'O hemisfério direito do cérebro, que governa grande parte das auto-regulações, a criatividade e a empatia, pode crescer ao longo de toda a vida', acrescentou.
'Esse hemisfério cresce com experiências que envolvem todo o corpo, como os jogos de 'luta', a dança e a criação artística livre', explicou. EFE
Fonte: G1

Anorexia e hiperatividade estariam ligadas por mecanismo, diz estudo

Descoberta ajuda a tratar doença que afeta principalmente adolescentes.
Trabalho também confirmou a relação entre a anorexia e o vício


A anorexia nervosa, um distúrbio alimentar grave, e a hiperatividade física estão ligadas por um mecanismo molecular comum, uma descoberta que pode levar a um tratamento desta doença que afeta principalmente as adolescentes, de acordo com um estudo recente.

Enquanto acreditava-se que a hiperatividade dos anoréxicos era intencional e tinha como objetivo a perda de mais peso com a queima de calorias, uma equipe conjunta de pesquisadores do Inserm, do CNRS e das universidades Montpellier e Nîmes descobriu um mecanismo comum que explica o elo entre os dois comportamentos.

Usando ratos geneticamente modificados que imitam o comportamento da anorexia humana, os pesquisadores descobriram que eles apresentavam uma anormalidade molecular em uma região do cérebro relacionada à recompensa. Esta anomalia corresponde à "super-expressão" (excesso de expressão de genes) do receptor 5-HT4 a serotonina, um receptor celular que controla a hiperatividade motora nos ratos.

"Nós identificamos pela primeira vez ao nosso conhecimento uma via molecular comum envolvida na anorexia e hiperatividade", explica Valérie Compan, que liderou o estudo publicado no final do ano passado na revista "Translational Psychiatry".

Relação com vício

O trabalho também confirmou a existência de semelhanças entre a anorexia e o vício. "A anorexia e a cocaína trilham o mesmo caminho molecular, o que tende a confirmar que a anorexia é um vício", acrescenta Compan.

Os pesquisadores também descobriram que o receptor poderia tornar-se completamente inativo e provocar "um excesso de consumo de alimento", como o encontrado especialmente na bulimia.

"Os distúrbios que afetam este receptor - às vezes muito ativo e supressor do apetite e às vezes inativo - podem explicar as oscilações entre a anorexia e a bulimia em alguns pacientes", ressalta a pesquisadora, que espera que o trabalho possa ser reproduzido em seres humanos.

"Na ausência total de medicamentos para o tratamento da anorexia, este receptor pode representar um alvo terapêutico eficaz, já que ao desativá-lo os pacientes estariam mais dispostos a se alimentar e ao reativá-lo poderia moderar a ingestão de alimentos", acrescenta.
Fonte: G1

A culpa não é da internet

Problemas modernos não são responsabilidade da tecnologia, mas do mau uso que fazemos dela
 
Gonçalo Viana
 
São várias as queixas: estaríamos ficando superficiais, desatentos, desmemoriados, desinteressados. De quem é a culpa? Dizem que da internet, do mundo moderno, das novas tecnologias, disso tudo junto. Segundo algumas teses publicadas em livro e rapidamente alardeadas pelos jornalistas, falta de atenção é consequência de janelas demais piscando no monitor, a abundância de informação é um convite à superficialidade, falta de memória é o “efeito Google”, falta de tempo é culpa de e-mails demais por responder. Para eles, nosso cérebro é vítima das circunstâncias modernas.

Eu discordo veementemente. Não vejo problema no que o mundo moderno faz com nosso cérebro – pelo contrário, só vejo coisas boas na facilidade de acesso a notícias, na facilidade de contato com amigos e parentes distantes, na profundidade de informação que hoje podemos obter. Para mim, o problema está em nós mesmos: em como nos deixamos sucumbir a tentações e imposições que nos são apresentadas através das novas tecnologias.

Para começar, não vejo como “a internet” poderia reduzir nosso tempo de atenção sustentada e tornar nosso conhecimento superficial. É preciso muita atenção focada para passar horas ininterruptas em frente a videogames, e sites de busca, Wikipédia e jornais internacionais acessíveis às pontas dos seus dedos permitem a qualquer um se tornar um profundo conhecedor de política internacional ou biologia das fossas abissais sem sair de casa. Aprofundar-se ou surfar superficialmente é uma questão do uso que se escolhe fazer de um mundo inteiro agora navegável.

O mesmo se aplica à memória. A tecnologia nos permite terceirizar facilmente nossa memória, delegando-a à agenda do celular, que guarda nossos contatos, endereços e compromissos, e à memória coletiva da Wikipédia e tantos outros sites acessíveis via internet. Quem de fato ainda tenta memorizar números de telefone?

O problema é que, sem tentar, não há como memorizar o que quer que seja – e, sem exigir da sua memória, não há como mantê-la tinindo. A memória não depende de simples exposição à informação, e sim do processamento ativo dela, que precisa receber atenção, ser associada a outras informações, e ainda ser considerada importante pelo cérebro. Se não for importante, não entra para a memória. Portanto, não há como se lembrar de um número de telefone que você apenas o digitou em seu celular!

Também não é verdade que a internet nos deixe desatentos ao fornecer “informação demais”. Nossa atenção já é limitada – e pelo próprio cérebro: só conseguimos nos concentrar em uma coisa de cada vez. Por causa dessa limitação, sempre há mais informação disponível do que conseguimos processar – e isso não é culpa da internet. Por outro lado, conhecendo essa limitação, quem tem problemas para se manter focado pode se ajudar reduzindo o número de tarefas disputando sua atenção a cada instante, por exemplo, reduzindo o número de janelas abertas em seu computador.

O mesmo vale para o e-mail, que acelerou a velocidade das trocas por escrito – e, ao contrário das predições catastróficas da época em que surgiu, hoje nos faz escrever mais do que anteriormente. Recebemos e-mails às dúzias por dia, muitos deles nos cobrando respostas imediatas. E aqui está mais um mau uso da tecnologia, culpa nossa: poder responder imediatamente a e-mails não significa ter de fazê-lo na hora, encorajando a cobrança alheia. Nossos problemas modernos não são culpa da tecnologia, mas do (mau) uso que fazemos dela.
 

Pais que dormem perto de seu bebê são mais atenciosos

Homens mais envolvidos no cuidado dos filhos ficam mais sensíveis às demandas da criança e da parceira
 
John Austin/Shutterstock
Dividir a cama com bebês é motivo de controvérsia entre especialistas em psicologia infantil. Alguns argumentam que isso ajuda a estreitar os vínculos; outros, porém, acreditam que, além de comprometer a segurança dos pequenos, não é saudável para a criança compartilhar do espaço de intimidade dos adultos. Agora, um estudo publicado na PloS One reforça os argumentos do primeiro grupo: homens que dormem perto de seus bebês apresentam quedas nos níveis do hormônio testosterona, o que os tornaria mais propensos ao cuidado e a atender as necessidades dos filhos.

O antropólogo Lee Gettler, da Universidade de Notre Dame, em Indiana, mediu as quantidades do hormônio em homens filipinos antes de serem pais e quatro anos depois do nascimento da criança. Os que relataram dormir na mesma cama que os filhos apresentaram quedas da produção de testosterona muito mais expressivas que os que dormiram em quartos separados. Estudos anteriores já mostraram que homens mais envolvidos no cuidado e na criação dos bebês têm menos testosterona. “Eles tendem a ficar mais sensíveis às demandas da criança e da parceira e a evitar comportamentos arriscados e de competição”, afirma Gettler.