É dispensável mencionar a importância dos relacionamentos em nossa vida cotidiana. Tratados de psicologia, sociologia e medicina se fartam de discutir sobre as mais diversas formas de relacionamentos. O resultado de nossas relações, sejam elas profissionais, familiares, amorosas ou de pais com filhos constituem – em última análise – o que nós somos: profissionais competentes, pais coruja, esposas ciumentas, etc.
Um funcionário que mantém boa relação com os
colegas contribui fortemente para a eficiência de sua relação profissional. A
esposa que mantém relação saudável com marido e filhos dá um importante passo
na busca da felicidade no lar.
O problema é que nem sempre conseguimos administrar
bem todas as relações que mantemos. Isso nos causa sofrimento. A maior
dificuldade é que a manutenção das relações, necessariamente, envolve o
comportamento de duas pessoas. Então, como sanar o problema do filho malcriado,
do marido incompreensivo, do chefe exigente, que nos causa stress, tristeza e
ansiedade?
A boa notícia é que há soluções. As circunstâncias
e as pessoas mudam. Jargões, como “não adianta ele não muda e não sei mais como
fazer” serão postos de lado. O primeiro passo é perceber que, geralmente,
reclamamos do comportamento do outro colocando-o 100% da responsabilidade.
“Minha mãe me exige muito.” “Meu marido reclama das coisas que faço.” Porém,
inúmeras pesquisas mostram que são as consequências que seguem esse tipo de
ação que irão mantê-las ou não. Ou seja: a forma como agimos depois que alguém
se manifesta será decisiva para alimentar ou desestimular a ação do outro.
Tome como exemplo uma criança que pede sorvete na
hora errada. A mãe pode oferecer duas consequências: sucumbe aos apelos e
atende ao desejo (afinal aquele escândalo precisa acabar) ou, simplesmente,
ignora o pedido e aguenta a birra por um tempo. A primeira atitude ensina a
criança que o escândalo é uma forma eficaz para conseguir o que se deseja. A
segunda poderá até deixar a criança contrariada, mas ensinará que esse tipo de
comportamento não funciona e, em pouco tempo, os escândalos tendem a se
extinguir.
Nos dois casos acima, vemos que o comportamento da
criança é o mesmo. Mas os resultados tomarão rumos diferentes dependendo
da consequência dada pela mãe. O mesmo critério se aplica para todas as outras
relações que mantemos, já que estamos falando de como os comportamentos se
mantém ou não.
Entender que muitas vezes somos nós, através das
consequências, que mantemos o comportamento de quem tanto reclamamos, é uma
ferramenta valiosa nas boas relações. Assim, ao contrário do que imaginamos,
temos muito mais responsabilidade, mas também muito mais controle sobre manter ou
não o comportamento indesejável dos outros.
Maria Carolina Kherlakian Nicolau e Alda Marmo
Analistas do Comportamento
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